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Rio Doce em agonia: seu curso não alcança mais o Oceano Atlântico

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Rio Doce  (Foto: Wikimedia Commons )

 

Há décadas se fala sobre a degradação do Rio Doce, o maior curso d´água do Sudeste brasileiro, que nasce em Minas Gerais, atravessa todo o estado e termina no Espírito Santo. No entanto, a falta de providências efetivas para reverter o longo processo de agressões ambientais resultou no cenário mais crítico da história: pela primeira vez, as águas do rio não alcançam mais o Oceano Atlântico.

Antes com 380 metros de comprimento, sua foz recuou 60 metros continente adentro e acabou bloqueada por um banco de areia de dois metros de altura. Agora, o curso dele não alcança mais o ponto tradicional de encontro com o mar. O bloqueio observado há dois meses, no município de Linhares (ES), é mais uma etapa do grave quadro que se estende há anos. Segundo especialistas, a degradação acontece por diversos motivos, especialmente desmatamento e a poluição, que enfraquecem a vazão e potencializam uima crise hídrica.

Rio Doce e vista parcial do município de Governador Valadares, em Minas Gerais  (Foto: Wikimedia Commons  )

 


As margens, antes envoltas em um cenário de densa Mata Atlântica, hoje ocupam campos devastados e em diversos pontos são invadidas por esgotos. “Essa é uma tragédia ecológica que completa a situação de agressões ambientais que o Rio Doce vinha sofrendo. Nunca antes a foz havia se fechado completamente. E isso se deve à destruição das matas ciliares, que barravam sedimentos vindos de outras áreas desmatadas, agora transformadas em pastagens e outros cultivos”, afirma o secretário-executivo do comitê da Foz do Rio Doce, Carlos Sangália, educador ambiental do Projeto Tamar, sobre a interrupção do rio, retratada pelo jornal A Gazeta, do Espírito Santo, em 23 de junho.

Rio Doce entre Santana do Paraíso e Caratinga (MG) (Foto: Wikimedia Commons )

 

Comunidades já sofrem as consequências do quadro de enfraquecimento da vazão. Além da crise na pesca, também surgiram problemas de abastecimento de água. Uma das regiões mais afetadas é a vila de Regência Augusta (ES), situada justamente na foz do Rio Doce. Com a perda das forças do manancial do rio, o mar conseguiu avançar 20 quilômetros pelo continente. Assim, tornou-se mais difícil dessalinizar a água para torná-la potável. A comunidade recorre atualmente à abertura de poços.

 


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