Quando Nicole Juday comprou a casa em frente à sua, considerada a ovelha negra da vizinhança, seu intuito não era apenas salvar o lar, mas também preservar o caráter residencial da área. Isso devido ao medo de que a decrépita construção, na Filadélfia, fosse transformada em uma instituição psiquiátrica ou em um espigão de concreto, segundo ela.
Adquirir o imóvel, com direito a todos os móveis dentro dele, foi apenas o primeiro de inúmeros passos a trilhar. Afinal, a má fama não veio à toa. Grande parte do piso superior havia sido destruída por um incêndio; guaxinins habitavam o sótão; a piscina, àquela altura, mais parecia um brejo; e havia um velho carro destruído no jardim.
Teve início, então, um trabalho duplo. Primeiro, era preciso trocar todo o encanamento e a fiação elétrica, além de refazer o telhado e o gesso. Ao mesmo tempo, dado o valor histórico do lar, construído no século 19, Nicole optou por preservar a estrutura. Assim, o estilo original da casa foi resgatado nas novas janelas, na marcenaria e na fachada de tijolos.
Três anos, um divórcio e um investimento de US$ 400 mil depois, a casa onde Nicole hoje vive com a mãe e os dois filhos adolescentes está irreconhecível. Na decoração, a proprietária fez o que pôde para incluir os móveis que o antigo dono deixara para trás. A mesa redonda do hall de entrada é produto de uma restauração que cobriu o tampo com lâminas de zinco. Além disso, Nicole reaproveitou as cadeiras da sala de estar, também originárias do século 19, mesmo uma delas tendo sido defenestrada no passado. Ganharam novo estofado em tecido vintage.
De resto, o gosto eclético da moradora se reflete nas cores variadas de cada cômodo, e na mistura de peças de mobiliário antigas e contemporâneas. As exceções são os quartos dos filhos, decorados pelos próprios.