"Paisagem Composta - do estático ao possibilismo de La Blache" é o nome da exposição do fotógrafo Beto Riginik no Espaço Cultural Porto Seguro (Av. Rio Branco, 1.489 - Santa Cecília, SP - até 3/10). O texto sobre a mostra é assinado pelo curador de arte e design João Pedrosa, e fala da associação do trabalho do geógrafo francês Paul Vidal de La Blache (1845-1918) e as imagens produzidas por seu autor: "Os trabalhos são um comentário sobre a ecologia, fazem alusão à ilusão de paisagem que existe no planeta, mas que pode desaparecer. Idealiza paisagens que não existem, mas podem ser criadas, ou imaginadas".
São, no total, treze painéis: sete de 2,13m X 3,13m e seis de 1,33 X 2,13 cada. E podem representar, como reflete Pedrosa, "um caleidoscópio/mármore, uma floresta/arbusto, uma pedra/joia, um DNA/espiral, uma ampulheta/espinho, e assim por diante". Como em La Blache, o meio natural é modificado: "Nesta exposição eu reverto o politicamente correto e faço do fotógrafo um agente da natureza, um criador de paisagem imaginária, e não apenas um observador", diz Beto, "em alusão aos quatro pontos referenciais da geografia: norte, sul, leste e oeste... e aos quatro elementos fundamentais da natureza: ar, água, terra e fogo", nas palavras de Pedrosa.
Com repertório variado e referências em NY e em Paris, São Paulo e Londres (já expôs nas três últimas capitais, além de Portugal e Austrália), Beto tem seu estúdio na Vila Nova Conceição há 15 anos. E fotografou editoriais de arquitetura e decoração para Vogue e Casa Vogue, Casa e Jardim e AD França e Rússia. Entre designers internacionais, retratou Christian Liaigre, Vladimir Kagan e John Pawson, pai do Minimalismo.