Bons fotógrafos conseguem encontrar beleza nos mais inesperados locais: óperas sem plateia, palácios abandonados ou até mesmo escombros de um desastre compartilhados em redes sociais. Para o francês Franck Bohbot, são as piscinas de natação competitiva. Não que a superação dos atletas ou a gritaria dos torcedores façam disparar seu coração. Ele prefere visitar estes parques aquáticos quando estão vazios – quando o espaço torna-se protagonista, em lugar das pessoas para quem ele é feito.
Apaixonado pela arquitetura de piscinas vazias, o fotógrafo clica os palcos azuis nos seus momentos de maior silêncio e paz de espírito. A magnitude dos cenários onde a profundidade das águas contrasta com as diferentes curvaturas dos telhados é capaz de fazer suspirar até quem declaradamente não gosta de dar uns mergulhos.
O projeto teve início a partir da vontade de Bohbot de se apropriar desses espaços com uma perspectiva não antes captada. Dali em diante, ele começou a trabalhar para que seus cliques mostrassem a simetria, as cores e grafismos desses lugares. “Eu gosto de 'catedralizar' os espaços, os deixando ainda mais monumentais”, afirma o fotógrafo. O intuito, explica, é revelar o poder da água dentro da arquitetura e a relação entre espaços e pessoas.
Esta é a primeira parte da série, que Bohbot diz ser algo pessoal, que realiza como um diretor de curta-metragem, aos poucos, seguindo uma estrutura e colocando alma no que faz. Nesse primeiro momento, as imagens foram feitas em Paris. Já a segunda etapa está sendo realizada exclusivamente nos Estados Unidos, mas o artista não revela mais detalhes para não haver nenhum tipo de influência externa no resultado final.