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‘É melhor fazer a escolha arriscada’

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  (Foto: Bruce Buck/ The New York Times )

Quando Merrill Rose conheceu o apartamento que fora de Holly Hunter e Marlon Brando, logo se encantou. Porém, a paixonite veio de forma, digamos, torta. Ela olhava o lugar pensando em reformá-lo. Ao mesmo tempo que amava o que via, não se via ali. A morada de estilo art déco havia sido decorada para parecer o interior de um iate – daí as muitas superfícies arredondadas. Era muita pompa e muita laca para uma pessoa de origem sulista.

Mas o impacto que aquela residência verdadeiramente única lhe causou foi grande. “Eu sempre fiz as escolhas óbvias e comportadas”, lembra Merrill. “Por isso decidi me aventurar: aquele lar na 5ª Avenida, em Greenwich Village, seria meu e do meu jeito”, afirmou, à época, categórica. A ideia de acordar todos os  dias em um cenário daqueles a agradava. Anteriormente, a relações públicas havia morado em casas com ares clássicos em sete cidades, de três países.

Para realizar a reforma, Merrill percebeu que contratar alguém novo – que veria o apartamento pela primeira vez – não era a melhor opção. Afinal, de algum modo, era o que havia ali que a havia seduzido. Assim, ela entrou em contato com um dos arquitetos responsáveis pelo projeto original, Carl D’Aquino. A decoração ainda presente na morada havia sido concebida 24 anos antes para o casal Hochberg.

“Merrill me pediu ‘Por favor, você pode fazer tudo de novo, só que desta vez para mim?’”, contou D’Aquino. Ele aceitou, apesar da melancolia que voltar àquele local lhe causava. Muitas das pessoas envolvidas na história do apartamento haviam falecido: Irwin Hochberg, que aos poucos se tornara um amigo, George William Humphreys Jr., antigo sócio do arquiteto, e Paul Laird, um colaborador.

  (Foto: Bruce Buck/ The New York Times )

Ao longo dos anos, D’Aquino projetou cinco residências para os Hochberg, mas o apartamento em Manhattan sempre foi especial. “Meu pesadelo recorrente era que o novo comprador não entendesse aquela decoração e a apagasse”, confessou Ilene Hochberg Wood, viúva de Irwin. Para seu alívio, Merrill quis mudar pouca coisa no projeto original. Foram mais trocas de acabamentos e de móveis. O desenho permaneceu imaculado.

No piso principal, que soma 46 m² e 4 m de altura, há um grande cilindro, bem no centro. Tal elemento, com 3 m de diâmetro, abriga uma área de armazenamento e o closet. Sobre ele, fica o quarto. A grande peça é o que dita a organização do espaço restante. O andar comporta ainda uma pequena sala de estar e uma cozinha com acabamento de mármore. Tudo isso meio espremido pelo cilindro.

A antiga iluminação embutida foi substituída por complexos castiçais, mais de acordo com o estilo da nova moradora. Além disso, a paleta de cores foi redefinida: passaram a vigorar nos espaços o creme e os tons amarelados e roxos. O resultado da transformação é um ambiente mais feminino, ainda que não muito mais atual. No andar inferior, que é um pouco menor, há uma pequena biblioteca com paredes revestidas de madeira e uma segunda cozinha completa.

“Há uma hora na vida quando você se pergunta por que precisa seguir vivendo do mesmo modo que sempre fez”, disse Merrill. “Então, você entende que é muito melhor fazer a escolha arriscada”, aconselha.

  (Foto: Bruce Buck/ The New York Times )

 

  (Foto: Bruce Buck/ The New York Times )

 

  (Foto: Bruce Buck/ The New York Times )

 

  (Foto: Bruce Buck/ The New York Times )

 

  (Foto: Bruce Buck/ The New York Times )

 

  (Foto: Bruce Buck/ The New York Times )

 

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