Viajar é uma delícia, mas voar nem sempre é bom. Passar várias horas a bordo de uma aeronave é raramente um deleite, mesmo para quem não sofre de aviofobia. Além disso, as longas distâncias parecem intransponíveis quando há crianças envolvidas na travessia. Os seus pais enfrentam sempre o mesmo desafio: manter os pequenos calmos, quietos e entretidos. Buscando tornar o voo de todos mais agradável, a Air France lançou uma linha de talheres especiais que dá novo sentido à frase “olha o aviãozinho!”.
A ideia nasceu na mente de Eugeni Quitllet, um designer catalão que trabalhou ao lado de Philippe Starck por mais de uma década. A companhia aérea francesa comissionou a ele a reformulação de todos os utensílios empregados no serviço de bordo. Mas mais do que ater-se ao redesenho de bandejas, pratos, garfos, facas e colheres, Quitllet promoveu uma breve revolução. O designer deu ares sustentáveis e lúdicos ao seu projeto. Por um lado, criou peças mais leves e, por outro, confeccionou talheres que viram aviões de brinquedo.
A organização do kit infantil foi inspirada no arranjo das peças dos modelos miniatura de aviões. Todos os itens do conjunto – garfo, faca, colher e as três asas – estão afixados numa moldura externa. Isso facilita o armazenamento, antes da distribuição, além de dar um charme a mais para o produto. Para utilizar os talheres, basta destacá-los da moldura. A transformação dos talheres em aviões é ainda mais simples: trata-se de um encaixe do tipo macho-fêmea. Os talheres têm pequenos vãos retangulares no cabo onde são encaixadas as asas.
Na classe econômica, adultos e crianças recebem talheres de plástico. Já nos setores mais caros, os talheres dos adultos são de metal. Os utensílios destinados a eles, embora sejam desprovidos de asas, preservam a temática aeronáutica. Quitllet levou em conta os princípios da aerodinâmica para desenhar a linha que esbanja curvas precisas.
Para além da beleza, o formato da nova coleção é eficiente. Em relação à linha anterior, o design de Quitllet proporciona a redução de 30% no uso de matéria-prima. A Air France estima que no período de um ano sejam servidas em suas aeronaves 14 milhões de refeições. Assim, fica fácil compreender a relevância da economia proposta pelo designer.