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Casa de campo impressiona pelo formato curvo

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Casa de campo impressiona pelo formato curvo (Foto: mareines+patalano¶2016)

 

"Nada contra os cubos modernistas ou as caixas widescreen atuais, apenas acreditamos que algo pode ser feito além dessa ordem. Desenvolvemos uma arquitetura consoante com a cultura, a natureza e a poética do nosso país”, comenta o carioca Rafael Patalano, que forma com o paulista Ivo Mareines a dupla no timão do Mareines+Patalano Arquitetura, com sede no Leblon, no Rio. Desde 2001 trilhando na contramão do neomodernismo e de suas linhas retas, o escritório vem se firmando no cenário da arquitetura nacional com premiações, como o Prêmio AsBEA 2015, e conquistando renome internacional. A ousadia criativa é a marca de seu traço fluido, conforme atesta esta casa de veraneio em Campos do Jordão, SP, de morfologia orgânica sustentável, executada quase que 100% pela primorosa mão de obra local. 

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Casa de campo impressiona pelo formato curvo (Foto: mareines+patalano¶2016)

 

De antemão, os arquitetos sabiam o que jamais aceitariam projetar: um chalé alpino. “Foram as araucárias e os pinhões que nos sinalizaram o partido a ser adotado. A construção brotou como se as árvores tivessem jogado mais um fruto na terra. O interior é uma mandala que protege seus moradores das intempéries, ao mesmo tempo que se abre para a paisagem”, relata Rafael, resumindo o conceito. Da parte dos proprietários, um casal paulista com filhos, o desejo de algo excepcional foi expresso no encontro inicial: “Queremos mais do que uma casa. Queremos uma obra de arte”. 

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Casa de campo impressiona pelo formato curvo (Foto: mareines+patalano¶2016)

 

Dali à festa da cumeeira há poucos meses, passaram-se três anos. Implantada no topo de um morro em terreno de 5.350 m² na “Suíça brasileira”, a casa de formato elíptico apoia-se sobre 25 pilares estruturais que sustentam quatro pavimentos distribuídos em 1.300 m². A cobertura, reservada ao escritório, enfatiza a ideia do pinhão que inspirou a complexa geometria de dupla curvatura.

“A vista para a floresta de araucárias e pinheiros selvagens é maravilhosa, mas a vista que se tem, por dentro e por fora, enche os olhos e a alma”, derrete-se o dono da residência, cuja estrutura metálica revestida por marcenaria artesanal consumiu 5.800 m² de peroba-mica certificada do Pará. A linguagem coesa do revestimento interno e externo se restringe apenas a mais dois materiais: a pedra de ardósia ferrugem com filetes assentados na horizontal, em “canjiquinha”, e o vidro temperado com placas produzidas uma a uma, devido ao mapeamento da ousada curvatura, que faz um aceno a Frank Gehry, um dos ídolos desses profissionais. 

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Casa de campo impressiona pelo formato curvo (Foto: mareines+patalano¶2016)

 

Tudo aqui é incomum. A circulação interna é feita através de passagens curvas, suaves, que provocam sensações de descoberta à maneira de uma grande escultura de Richard Serra, artista venerado pelos arquitetos. A entrada por um subsolo à meia luz encaminha o visitante a uma rampa helicoidal que se ilumina à medida que a luz natural cruza os grandes panos de vidro, responsáveis por descortinar a paisagemda Serra da Mantiqueira, e conduz ao majestoso social com pé-direito de 7 m.

Casa de campo impressiona pelo formato curvo (Foto: mareines+patalano¶2016)

 

Os ambientes minimalistas, quasemonásticos, com mobiliário essencial ao conforto, desdobram-se a partir daí. A arte está na própria natureza e na casa em si. Frank Lloyd Wright (1867-1959), pioneiro do conceito da arquitetura orgânica, autor do primeiro manifesto em prol dessa corrente que celebra e tira lições do meio ambiente, estaria feliz. 

 


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