
Fãs que somos da estética escandinava, Copenhague era uma das cidades no topo da lista dos nossos próximos destinos. Desejo esse que conseguimos realizar no ápice da primavera, perfeitamente calculado pelo acaso.
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A cidade encanta nos primeiros minutos. Impossível não notar a organização das pessoas e as ciclovias por todos os lados. Carros, bicicletas e pedestres se acomodam nas ruas como se tivessem ensaiado uma dança.

Entre tantos passeios a pé, a presença de parques (alguns enormes) faz com que trajetos fiquem mais interessantes. Um dos parques mais encantadores e bem localizados é o Kongens Have (ou Jardim do Rei). São gramados inteiros onde as pessoas se encontram para tomar um pouco de sol após o expediente de trabalho ou simplesmente admirar os jardins super bem cuidados. Tivemos a sorte de poder ver algumas das flores que mais gostamos florescendo: alium, peônias e papoulas gigantes.


As caminhadas para cortar o caminho ou simplesmente estar são revigorantes e inspiradoras.

Ao lado do Kongens Have fica o Botanisk Have, o Jardim Botânico que abriga um parque e um conservatório. A coleção de plantas é de tirar o fôlego, com estufas tanto para as tropicais quanto desérticas.


Fundado em 1600 no meio da Universidade de Copenhague, hoje se destaca pela interação entre a ciência botânica e a população. Um dos pontos altos da visita foi a escadaria (famosa) onde é possível ver e ter a sensação de estar na copas das árvores das florestas tropicais. A mistura entre o calor excessivo, a umidade que condensa na pele e o cheiro das árvores te transportam para uma atmosfera que deve ser bem próxima da realidade.

A coleção de cactos e tillandsias fica aberta durante um pequeno período da semana e é, de fato, surpreendente. Dica: tente se organizar com os horários para não perder as espécies raras e formas - que beiram o surrealismo - de cactos, suculentas e eufórbias.



Destaque também para nossas amigas carnívoras que ganharam uma linda casa de madeira e vidro - ou, aos nossos olhos, um terrarium gigante.



Para fechar com chave de ouro o passeio pelas estufas, demos de cara com a magnífica Amorphophallus titanum. Definitivamente não é todo dia que se conhece a maior flor - na realidade, a inflorescência - do mundo.

Já imaginou o perfume da maior flor do mundo? Esquece essa ideia. Uma dica: ela é conhecida popularmente como flor-cadáver.

Nosso roteiro verde se encerrou com a visita até o Lousiana Art Museum. Fazendo uma comparação nada justa para nenhum dos dois lados, trata-se de uma espécie de Inhotim da Dinamarca. Um museu de arte moderna, integrado a um belíssimo jardim com obras ilustres ao ar livre.

Para os aficcionados por Calder: atenção ao enorme mobile no gramado cinematográfico à beira do mar. Cenário ideal para a contemplação da obra, da paisagem e da vida.


Não deixe de ficar atento a alguns detalhes: o Lousiana Art Museum é fora de Copenhague, mas facilmente acessível por trem (a viagem dura cerca de 30 minutos). Reserve um dia inteiro para passear com calma nos jardins, descobrir obras, visitar as exposições e almoçar no gramado de frente para essa vista única.