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A modernização do luxo passado

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  (Foto: Ricardo Labougle)

Para alguns, luxo é um Portinari na parede de casa. Para outros, é o piso aquecido no banheiro. Entre os adeptos do estilo clássico, nada como tapetes-relíquia – os aubusson – espalhados pela casa, peças de prata de lei lotando incontáveis mesinhas de canto de madeira escura, espalhadas pelos espaços de dimensões palacianas. Porém, mais luxo do que possuir os tapetes da realeza francesa é ter a atitude de guardá-los, ainda que por um tempo, em nome de um décor que se transforma junto com seus moradores. Essa é um pouco a história desta casa na zona sul de São Paulo.

São cerca de imponentes 1.600 m² de construção em estilo neoclássico francês e com vista fantástica para a copa das árvores de um bosque. A casa de três andares, com direito a um belo chafariz trazido de Londres e a um jardim exuberante, ambos contemplados a partir da varanda com portas em arco, foi decorada pela primeira vez há 15 anos. Encarnava o luxo europeu clássico, com dois grandes aubusson no piso, sofás com franjas, almofadas com pingentes, candelabros com figuras de anjinho, mesas em estilo império francês e muito dourado. “isso tudo foi me cansando, me cansando, e eu tirei de circulação. Minha cabeça mudou e meu gosto também”, conta a proprietária, que então enveredou pela repaginação do décor. O luxo permaneceu, mas, tal qual os moradores, hoje segue uma pegada cool, mais leve.

  (Foto: Ricardo Labougle)

“Nós fomos ‘limpando’ alguns objetos”, conta o decorador Beto Galvez, sócio da arquiteta Nórea de Vitto, autores do primeiro projeto e também deste new look. No lugar de um vaso francês, entrou um cinzeiro simples. E os tapetes agora são lisos, “feitos à mão no Nepal, mais aconchegantes, gostosos de pisar”, conta a moradora, casada com um empresário da área de moda e mãe de três jovens. O super clássico taco Versailles foi clareado. “Dá um ar mais jovem”, diz Beto.

O estilo das poltronas francesas de madeira dourada ganhou leveza graças ao tecido cru no estofado. Aliás, seda rústica, linhos e veludos foscos ocuparam o espaço dos óbvios adamascados e tafetás. O brilho foi limitado aos detalhes, e tudo ganhou, sutilmente, um pouco mais de colorido, como as pinceladas de verde-esmeralda em peças do living. As cores que dominam toda a residência são o off-white e muitos tons de cinza, do mais claro ao grafite.

Já o marcante trabalho de boiserie em todas as paredes da casa, assinado pelo escritório de Beto e Nórea, permaneceu. Mas não imune às mudanças, aliás, à mais importante delas, o que motivou a repaginação da casa: a coleção de arte contemporânea iniciada há alguns anos pelos proprietários. As paredes ganharam importantes obras de artistas como o inglês Damien Hirst, os brasileiros Vik Muniz, Artur Lescher e Gustavo von Ha. Há ainda Portinaris e Di Cavalcantis, da primeira fase da casa – esse luxo os moradores não tiraram de cena.

* Matéria publicada em Casa Vogue #339 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

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  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  


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