Originário de Reykjavik, capital da Islândia, o designer Brynjar Sigurðarson, que sempre viveu em meio a agitação da cidade, tinha o desejo de conhecer o interior de seu país, a fim de mergulhar nas raízes culturais e desvendar a rica natureza local. Em uma viagem por Vopnafjörður, cidade ao noroeste da Islândia repleta de rios e especializada na pesca de salmão, ele realizou o que tanto almejava e, como um bom artista, trouxe de lá técnicas e inspirações para conceber a coleção de móveis The Silent Village. Todas as peças, feitas de madeira, receberam interferências produzidas à mão pelo próprio designer.
A viagem de Brynjar contou com um toque do destino, que colocou em seu caminho um pescador de tubarões experiente, Hreinn, que lhe ensinou um pouco da arte que conhecia. O senhor de 70 anos mostrou a ele uma técnica especial de tecer fios para redes de pesca, utilizando agulhas e nylon, como matéria-prima. “Quando descobri esse método me senti realmente conectado a um ofício islandês que estava praticamente escondido”, conta Brynjar. Nessa primeira fase ele ainda não fazia ideia de que transformaria o aprendizado em uma coleção. “Naquele momento, quando comecei a aprender, realmente vi ali uma grande variedade estética que poderia ser aproveitada de alguma forma”.
O designer conseguiu então levar esse arte específica da região de Vopnafjörður para o seu ambiente, tranformando-a em um mobiliário que foge da estética comum. Além do resgate de algo tão singular dessa cultura os itens da The Silent Village foram feitos para perpetuar a história da Islândia. Por isso foram realizados com materias duráveis como madeiras nobres e cordas resistentes. A viagem que Brynjar realizou fez parte de seu projeto de graduação em design de produtos e o que aprendeu durante a estadia de um mês foi transformado em sua tese de mestrado, onde ele defende como os designers podem aprender com outras experiências ao se inserirem em diversas culturas.