Anualmente a Swarovski comissiona um figurão do mundo do design ou da arquitetura para projetar seu espaço na Design Miami. Participaram das edições passadas, por exemplo, Ron Arad, ZahaHadid, Tom Dixon, John Pawson, Ross Lovegrove, Tokujin Yoshioka, Tord Boontje, Arik Levy, Yves Béhar, Fredrikson Stallard e Gaetano Pesce. Mas em 2013 é a vez do Brasil aparecer no Swarovski Crystal Palace. Quem desenvolveu o ambiente da marca foi o arquiteto e designer Guilherme Torres.
Com o título Mangue Groove, a instalação se dá na intersecção entre a natureza, a arquitetura, a tecnologia e a matemática. O desenho da obra resulta da mescla das formas do manguezal brasileiro com a teoria do Diagrama de Voronoi, uma ferramenta matemática utilizada para dividir um plano em regiões menores. Na prática, trata-se de uma intrincada rede de tubos – repletos de cristais Swarovski – e conexões que acabam formando uma cobertura vazada. Por trás disso, há grandes telas que expõem vídeos que remetem à Amazônia.
Tipicamente, Torres expressa em seus trabalhos uma preocupação ecológica, embora costume dizer que não gosta de denominar suas escolhas sustentáveis. No caso desta instalação, pode-se destacar alguns pontos que demonstram sua filosofia ambientalmente correta, como o uso de iluminação LED, mais energeticamente eficiente que os demais tipos de lâmpadas, e o emprego de madeira reutilizada e certificada no piso. Essa madeira desenha caminhos sobre os quais o público trafega, explorando a obra.
A água é um elemento importante nesta instalação. No piso, onde não há madeira, há espelhos d'água. Isso, porque o mangue, no Brasil, é um elemento indispensável para a saúde dos meio-ambientes costeiros. Torres colocou essa vegetação no centro de seu projeto, justamente, para chamar atenção à questão de sua preservação. "A instalação de Torres trata da conservação dos recursos naturais, um tópico muito discutido em nossa fundação, a Swarovski Waterschool", aprova Nadja Swarovski, executiva da marca.