“Beautiful people attracks beautiful people that attracks fashion, restaurants, art and design”. Craig Robins passou a manhã com a gente e contou um pouco sobre a transformação de South Beach e seus planos para o Design District. Aparentemente o que ele ama de verdade é design, mas acabou se envolvendo com toda a malha criativa da cidade para dar consistência e longa vida ao mercado de móveis.
Contou que o Design District nasceu ainda na década de 20 repleto de lojas de mobiliário, teve seus anos dourados nos anos 1970 e perdeu força na década seguinte com o nascimento dos shopping centers que proibiam a entrada de curiosos sem credencial de arquiteto ou designer. “Era ridículo. Parecia que você queria comprar remédios de tarja preta...precisava de receita”. Sua missão: levar o design para a rua e democratizá-lo.
Como “as pessoas não compram sofás com tanta freqüência”, diz ele, passou a lutar pela transformação do distrito em um destino cultural. Negociou a chegada da Art Basel atrelada aos happenings, restaurantes badalados, moda e, é claro, design. E está conseguindo: além de fechar parcerias megalomaníacas com o grupo LVMH e Hermès, seu Design District terá, até julho do ano que vem, 15 empreendimentos finalizados com direito a instalações e prédios de Norman Foster, Zaha Hadid, Sou Fujimoto e John Baldessari. Ele programa, ainda, uma rua só para pedestres chamada “Passo Ponti” – para homenagear Gio Ponti – e um projeto de paisagismo de tirar (ou dar!) o fôlego. “Quero trans formar o Design District em um lugar de statement em todas as áreas.
A idéia é que as pessoas venham aqui não só para comprar, mas para ver todo esse movimento”. Mais novidades? Um hotel novo e um pequeno museu para mostrar sua coleção de arte. Anote: ele também está olho no Oriente Médio e logo logo vai anunciar projetos que está negociando por lá!
Depois de um tour pelas ruas do Design District, visitei a La Maison au Bord de l'Eau idealizada em 1934 por Charlotte Perriand e fui encontrar Nadja Swarovski (abaixo) para uma entrevista rápida, mas deliciosa. Corri de volta para o Design District para prestigiar Guto Requena que lançava seu tapete em parceria com o Coletivo Amor de Madre e a Tai Ping Carpets! Para fechar a noite, a festa de lançamento da Casa Vogue na Fendi Casa foi sucesso absoluto.
E viva o design!
Seu avô colaborava com Dior e você, desde que assumiu a empresa, estendeu as parcerias com o mundo da moda e revelou uma paixão especial pelo design. Como começou esse interesse?
Comecei a ter uma relação muito próxima com estilistas como o Alexander Mcqueen e isso me levou para as jóias. Foi trabalhando com as jóias que nasceu o meu interesse por design. Além de colares e brincos, comecei a pensar como funcionava o desenho de luminárias e até prédios. Assim mergulhei nesse novo mundo... Está tudo ligado. Quando chamo a Zaha Hadid para idealizar uma peça para a Swarovski, por exemplo, sei que terei uma interpretação super fresh dos cristais.
Você chegou a trabalhar na Gagosian antes de assumir a empresa da família... Não pensa em fazer parcerias com artistas plásticos também?
Sim. Ano que vem vamos fazer um projeto na Basel de Hong Kong com o chinês Zhan Wang. Nosso próximo passo é envolver mais a marca com as artes plásticas. Esta será a primeira parceria de muitas outras.
O que você procura em um arquiteto ou designer antes de convidá-lo para fazer uma edição do Swarovski Crystal Palace?
Eu obviamente olho para o histórico de projetos dele e vejo se sua linha de trabalho tem a ver com o tema que quero abordar naquele ano. No entanto, a decisão final é bastante subjetiva... é uma questão de empatia. Também gosto de reparar na reação deles quando mostro os cristais. Alguns balançam a cabeça e não mostram muita paixão pelo brilho...outros ficam loucos. Vou chamar os loucos.
O que te atraiu no trabalho do Guilherme Torres?
A naturalidade como ele aborda a sustentabilidade e a água na arquitetura. Ele fala muito do meio ambiente e se envolve com estas questões no Brasil.
Se você pudesse ter alguma edição do Swarovski Crystal Palace na sua casa... Qual você teria?
Eu tenho as flores do Tord Boontje! Mas a minha casa está muito pequena...quero mudar para uma maior e poder ter as peças do Vincent Van Duysen, Tom Dixon e Jaime Hayon.