No final da década de 1990 foi reavivado um interessante projeto urbanístico holandês que data de 1965: a criação de seis ilhas artificiais no lago Ij, em Amsterdã. O objetivo da mega obra era criar moradias perto do centro da cidade, já sem capacidade de abrigar a crescente população. O novo bairro, que seria composto de casas tradicionais, casas flutuantes e casas-barco, faz parte de Ijburg. Os arquitetos do escritório local Marc Prosman Architecten desenharam uma das primeiras moradas permanentes ali, com 230 m². As linhas retas e o acabamento majoritariamente de madeira chamam atenção.
O volume retangular guarda em seu interior dois pavimentos. A divisão é simples: em cima os quartos e no térreo os ambientes comuns. Alguns recortes tornam a construção interessante, como a varanda no andar superior, ligada à suíte principal. Ao todo, são três dormitórios.
A fachada posterior, que inclui a tal varanda, está voltada para as águas. Por isso, optou-se por mantê-la o mais aberta possível, aplicando ali muito vidro. No térreo, este espaço nos fundos abriga a sala de estar. Do lado oposto há uma breve variação de acabamento: o concreto marca o exterior da cozinha e indica a localização da entrada da casa.
O restante das superfícies exteriores da construção foi revestido com tábuas de madeira posicionadas na vertical. O padrão foi mantido também nas folhas que recobrem as janelas. Uma vez que a construção está instalada bastante próxima da água, por trás do madeiramento foi aplicada uma camada de impermeabilizante. É possível ver o tom verde do material nos intervalos entre uma tábua e outra.
A escolha da madeira como revestimento busca fazer referência à plantação de junco que foi feita na orla da ilha Rieteiland-Oost. O cercado que delimita o lote também é de madeira – desta vez de toras rústicas.