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Hospedaria isolada nos alpes franceses

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  (Foto: divulgação)

Poucos projetos precisaram de soluções tão inteligentes quanto este. Instalado no pico mais alto da Europa, chamado Aiguille du Goûter, em meio aos Alpes franceses, este alojamento para escaladores de montanhas foi um quebra-cabeças construtivo para os arquitetos do Groupe H. O edifício elaborado por eles, além de ter requerido o auxílio de helicópteros para a realização da sua montagem, encara o desafio de perdurar apesar do meio. Se erguer o pavilhão foi difícil, mantê-lo em pé é uma tarefa ainda mais árdua.

Onde fica hoje o refúgio de 720 m², a 3.385 m de altura, os ventos ultrapassam os 300 km/h. Esse dado, por si só, já limita bastante a arquitetura. A solução para manter o prédio no lugar consistiu em eleger o formato correto e em calcular bem a estrutura das fundações. Com planta oval, o edifício foi implantado no terreno – leia-se, num penhasco em Mont Blanc – tendo seu eixo maior apontado para a direção de onde vêm os ventos, Oeste. A ideia é fazer com que a corrente de ar se divida ao encontrar o alojamento.

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  (Foto: divulgação)

Tal posicionamento ainda consegue fazer com que a natureza – ali, com caráter maligno – atue em prol do projeto. O vento forte acaba por empurrar a neve para o local onde se concentra o sistema de derretimento de gelo. Tal equipamento é de vital importância. Sem ele, rapidamente o alojamento seria encoberto por neve, tornando-se inacessível para quem estivesse de fora e uma armadilha para quem permanecesse dentro. O refúgio montanhoso pode abrigar até 120 pessoas em seu interior.

Um fato que surpreende, é o material do qual foi feita a obra. De madeira. Mais especificamente, de pinho crescido ali mesmo, no distrito de St.-Gervais. O edifício é o resultado da união de diversas peças pré-fabricadas, feitas de tiras de madeira coladas. Falando assim, o sistema parece deveras frágil, mas a verdade é que um prédio demasiadamente rígido e estático, feito de concreto, por exemplo, não teria a flexibilidade necessária para “dançar conforme o canto da ventania”. A fragilidade, às vezes é a verdadeira força.

Por fora, vê-se o revestimento feito com placas de aço inoxidável, que protege a estrutura de madeira da excessiva umidade do meio externo.

  (Foto: divulgação)

O projeto tem quatro pavimentos. O complexo é dotado de dormitórios, áreas de convivência, refeitório, cozinha e enfermaria, além das áreas técnicas que garantem a manutenção do edifício, como a sala dos motores. O alojamento é totalmente auto-suficiente em termos energéticos, como não poderia deixar de ser, afinal, que tipo de provedor de eletricidade chegaria ali? Entre as fachadas e a cobertura, o edifício soma 95 m² de superfícies cobertas por painéis solares fotovoltaicos.

Por sua vez, a energia térmica é gerada a partir dos 50 m² de painéis solares térmicos que estão instalados ao pé da construção. Tal energia é usada no derretimento de gelo e no aquecimento da água. Há ainda um sistema secundário que pode gerar os dois tipos de energia em casos emergenciais. Mas para além da geração energética, os arquitetos resolveram de modo magistral outros pontos críticos, como a questão sanitária e a circulação de ar interna – é preciso aquecer o ar que vem de fora e reduzir sua velocidade.

É difícil dizer que os visitantes que hospedam-se neste alojamento desfrutam de muito conforto. No entanto, eles são o tipo de público que pouco se importa com regalias. Para eles, a segurança é o mais valioso dos luxos.

  (Foto: divulgação)

 

  (Foto: divulgação)

 

  (Foto: divulgação)

 

  (Foto: divulgação)

 

  (Foto: divulgação)

 

  (Foto: divulgação)

 

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  (Foto: divulgação)

 


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