Chega de repetir os clichês cegamente. A tendência é reinterpretar. Foi isso que os profissionais do escritório UUfie fizeram ao desenvolver essa cabana pouco convencional no Canadá. Ainda que a morada tenha aquele bom e velho telhado duas águas, o tradicionalismo para por aí. As surpresas aparecem já do lado de fora. Da cintura para baixo, a casa tem acabamento de espelhos; do meio até o cume, de cedro escurecido. O telhado é todo de aço negro.
Internamente, o salão principal define-se pelo acabamento único, de madeira clara, por todas as paredes, piso e teto. Há ali uma lareira. Assim como existem janelas que ligam visualmente o interior e o exterior da morada, há nas paredes internas aberturas, que conectam ambientes distintos. É como se tudo fosse paisagem: a natureza e a vida humana que se desenrolam num quarto qualquer.
A casa abre-se para o exterior em quase todos os seus planos. As janelas distribuem-se pelas paredes e pela cobertura. Uma escada de madeira leva ao piso superior, que tem ar de loft. Ali, uma das paredes foi completamente recoberta com telhas de madeira de acabamento arredondado. Esse painel recebeu pintura azul claro. A instalação é peculiar, gerando no espaço uma atmosfera infantil, ou de sonho.
A casa toda tem essa aura um tanto quanto surreal. Os espelhos que cercam o andar térreo, do lado de fora, fazem parecer que a casa equilibra-se sobre troncos eretos. Mas é uma cabana ou uma casa na árvore? – o observador pode vir a questionar. A verdade é que este lar não é nem um, nem outro. É algo novo. É um sonho de criança que virou arquitetura. É Alice no País das Maravilhas. É um conto de fadas esperando para acontecer.