Já diziam os antigos: sentados à mesa para uma refeição é que acontecem as melhores conversas e de onde vêm os melhores aprendizados. Os arquitetos e decoradores sabem muito bem disso e não poupam esforços para transformar a sala de jantar em um cômodo ainda mais bonito e aconchegante. Seja com a família ou com os amigos, esses espaços escolhidos por Casa Vogue prometem agradar a todos os gostos e proporcionar refeições e bate-papos ainda mais especiais. Confira nossa lista!
Joan Roca, chef-proprietário do restaurante número um do mundo, o El Celler de Can Roca, a essa altura da carreira poderia morar em uma mansão no melhor endereço da histórica Girona, cidadezinha catalã onde vive e trabalha. No entanto, prefere não arredar pé do apartamento situado logo acima da cozinha de onde saem suas criações especiais. Ali, na casa decorada por Anna, sua mulher, trabalha em uma bancada integrada à sala de jantar, na qual a estrela é uma luminária do alemão Ingo Maurer, customizada com croquis do cardápio servido no andar de baixo.
_________________________________________________________________________
2. Estilo Hollywood, mas em Madri
O formalismo, a divisão bem-estabelecida dos ambientes e as antiguidades imponentes e ornamentadas não mentem: estamos num apartamento de estilo clássico. Mas não qualquer um. A vivacidade das cores e curvas dos móveis e acessórios empresta um glamour de ares hollywoodianos à morada madrilena da decoradora Soledad Suarez de Lezo, eclética por natureza. Na sala de jantar, a cor preta no teto dá sofisticação e dialoga com as cadeiras estilo Luís XVI com estofados de linho e seda que cercam a mesa redonda. Para quebrar a austeridade, o toque de cor ficou a cargo do tapete azul e da moderna luminária pendente, que remete a uma estrela.
_________________________________________________________________________
3. Decoração cítrica
Naturalmente ousado, o decorador nova-iorquino Anthony Baratta queria que seu apartamento fosse um estado de espírito, um reflexo perfeito do lugar privilegiado onde se encontra. Seu dúplex, suspenso de frente para o azul-turquesa da baía de Biscayne, é repleto de cores e móveis inusitados. É preciso dizer que ele teve dúvidas durante o projeto e cometeu alguns erros que não se importa em reconhecer: “Um deles é o piso de vidro branco-gelo que eu trouxe da China. Sou tão maníaco pelos acabamentos que sou obrigado a ter cera e um pano sempre à mão”.
_________________________________________________________________________
4. Móveis e décor histórico
Quantas histórias a decoração de uma casa pode conter? A das pessoas que moram ali, é certo. No apartamento assinado por João Mansur em São Paulo, são incontáveis as histórias contidas em cada móvel, cada objeto, cada acessório decorativo e obra de arte. Em matéria de riqueza cultural, as obras espalhadas pelo imóvel não ficam para trás. Há telas europeias dos séculos 16, 17, 18 e 19, além de litografias e gravuras importantes de nomes como Chagall, Picasso, Léger, Warhol, Calder e Miró e raras aquarelas de Poliakoff. Outro item que é xodó do arquiteto é o biombo da sala de jantar, de laca chocolate Coromandel, originário da China, século 17, e comprado na Christie's no final dos anos 1970.
_________________________________________________________________________
5. Décor inspirado na Inglaterra
"O homem não escolhe as coisas. É escolhido por elas.” A crença do arquiteto Edson Paduan respalda-se no acontecimento que o fez encontrar seu Shangri-la. Ao passar por uma rua do Jardim América, em São Paulo, na primavera de 1988, ele foi como que “chamado” por um antigo sobrado de estilo inglês em péssimo estado. Bastou uma semana, literalmente, para finalizar o projeto de reforma da propriedade. E mais quatro anos para transformá-la em uma espécie de british cottage em plena capital paulista, na qual o apuro de cada detalhe expressa uma personalidade minuciosa.
_________________________________________________________________________
6. Um nome de peso
Mario Buatta é provavelmente o único decorador cujo nome permanece reconhecível além do eixo imaginário que liga Palm Beach a Upper East Side e Southampton. Hoje com 77 anos, ele segue ornamentando seus ambientes, como sempre fez, segundo o estilo que ele mesmo chama de campestre inglês. Um exemplo disto é a residência nova-iorquina pertencente a Hilary Geary Ross, editora de sociedade da revista Quest, e seu esposo bilionário Wilbur L. Ross Junior.
_________________________________________________________________________
A história é pródiga em revelar (e por vezes glorificar) pessoas que viveram, de certo modo, deslocadas de seu próprio tempo. É este o caso do casal que vive no apartamento de decoração estilo império, no bairro dos Jardins, em São Paulo. Para realizá-lo, o arquiteto Jorge Elias e sua equipe imergiram no universo dos antiquários europeus por três anos. Foi o tempo necessário para encontrar as peças ideais. Na sala de jantar, a boiserie tem painéis chineses laqueados, do século 18, que pertenceram à coleção de Coco Chanel. _________________________________________________________________________
8. Espelhos para aumentar os espaços
“Quando alguém decora sua casa, ela não fica com sua cara, mas com a do outro”, considera Olivier Anquier. Por isso, o chef e apresentador e sua mulher, a atriz Adriana Alves, prescindem de ajuda profissional para ambientar o apartamento onde vivem. Composto de móveis, luminárias e objetos quase todos garimpados ao longo dos anos pelo proprietário de faro fino, o imóvel fica em um emblemático edifício dos anos 1940 na Praça da República, região central de São Paulo. O revestimento de espelhos talhados, na sala de jantar e em outros pontos da casa, foi uma das poucas interferências no aspecto original do imóvel. “Queríamos dar profundidade aos espaços”, justifica ele.
_________________________________________________________________________
Os proprietários deste apartamento carioca, no Leblon, leem muito. E possuem tantos livros que as arquitetas Roberta Moura, Paula Faria e Luciana Mambrini resolveram tirar proveito justamente desses exemplares na decoração da sala de jantar, integrada ao living. Uma estante de madeira laqueada de branco, repleta de nichos e executada pela Marcenaria Monte Sião, ocupa uma parede do piso ao teto, funcionando como um suporte visual para as peças de design que completam o ambiente.
_________________________________________________________________________
10. Mesa integrada à arquitetura
O prédio era novo, e o apartamento tríplex foi comprado na planta. Mas não atendia de forma alguma – em sua divisão absolutamente convencional, com áreas social, íntima e de serviço – aos desejos do arquiteto Guto Requena. Ele pesquisou habitação e novos modos de vida em um grupo de estudos da USP, colocou tudo abaixo e fez sua própria divisão. Assim, foi dado o conceito de eliminar os muitos cômodos, transformando-os em poucos, porém mais amplos. “Cada junção, cada ângulo foi medido, em um processo que somou a criação digital à execução artesanal e que elevou a mesa, esse objeto do cotidiano, ao status de escultura arquitetônica”, orgulha-se Guto.