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Rio de Janeiro com vista para o mar

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  (Foto: Fernando Guerra)

Certamente estava escrito que ele seria arquiteto, e dos bons. “Com o nome que tenho, essa era a profissão mais razoável”, diz Arthur Casas, uma das referências estelares do cenário internacional quando o tema é a arquitetura contemporânea brasileira.

O bonito ensaio nestas páginas da Casa Vogue exibe a modalidade que elevou seu nome ao panteão da nossa arquitetura: o projeto residencial. À primeira vista, bem poderia ser uma homenagem à Farnsworth House (1945-1951), de Mies van der Rohe, que inspirou The Glass House (1949), de seu pupilo Philip Johnson, ambas referências famosas e localizadas nos Estados Unidos. Mas, da fluidez transparente desta casa de vidro carioca, perfumada pela brisa oceânica, com vista para o poente, emana nosso know-how construtivo, nossa informalidade, nossa ginga, nossa alegria de viver. É uma fórmula orgânica que brota da taba indígena e da palhoça cabocla, que reúne em sua estrutura híbrida, miscigenada, vigor e delicadeza, frutos da nossa “brasileirice”, como diria o poeta Vinicius de Moraes.

A residência leva a assinatura de Arthur Casas, à frente da equipe formada por Marina Werfel, Renata Adoni e Regiane Khristian, a trinca de arquitetas que divide os louros do projeto de 500 m², erguido em terreno de 1.300 m². “Até pouco tempo atrás, meu trabalho foi estritamente autoral. Hoje, busco me aproximar da nova geração de profissionais que formamos no escritório, discutindo projetos, trazendo outras visões, mas preservando nosso DNA”, afirma. Situada no Rio de Janeiro em um ponto privilegiado por um dos mais belos panoramas do mundo, esta proposta vibrantemente brasileira é composta por três pisos e três dormitórios, dois no piso inferior e, no superior, a suíte máster. “O conceito foi a contemplação da paisagem, a vista para a água, para a exuberante flora do Rio e suas belezas naturais”, explica Arthur, acrescentando: “Estivemos junto do proprietário desde a compra do terreno.

O local possui uma casa na frente e parecia não ter acesso ao mar. Nosso partido foi elevar a construção, integrando-a à praia com amplas aberturas para a ventilação natural, e ganhar a vista para a Pedra da Gávea”.O projeto, que prima pela elegância, pela simplicidade e pela leveza conceitual, foi realizado com uma economia de materiais que justamente reforça a beleza de seu traçado. São três componentes básicos: os panos de vidro, o piso de madeira e as pedras nos arrimos e revestimentos. Sem esquecer os de alçada poética: a luminosidade, a brisa, o oceano.

O ano que se encerra representa um marco na trajetória de três décadas desse profissional paulista que cultiva uma estética cosmopolita de raiz brasileira e tem QG paulistano com filial em Nova York. Em 2014, o Pelourinho, em Salvador, terá três largos revitalizados pelo Studio Arthur Casas. Entre os concursos que seu escritório venceu recentemente, estão o novo Centro Administrativo do Governo do Estado do Maranhão, em São Luís, e uma torre de escritórios em São Paulo. “Qualquer edifício deve ser o resultado de uma reflexão a respeito da identidade da cidade por meio das relações que se estabelecem entre arquitetura, paisagem e comunidade”, reflete o premiado arquiteto, que vem, desde 2012, firmando sua marca em projetos de grande escala de norte a sul do país.

* Matéria publicada em Casa Vogue #340 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)

  (Foto: Fernando Guerra)

 

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