
Jimmy é um dos bull terriers mais famosos do instagram. Não dá para cravar que é o mais, já que tem a concorrência de Neville Jacobs, o cão do estilista Marc Jacobs, mas com certeza é o mais bem-humorado. Em suas aparições quase diárias no instagram de seu tutor, Rafael Mantesso, encarna diversos personagens em situações pitorescas ou prosaicas – conforme o estado de espírito de Rafael ou os acontecimentos em pauta.
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Tudo começou quando Rafael ainda era adolescente e tinha Sadan, um pit bull, raça então envolta em várias polêmicas sobre sua suposta agressividade. Com a convivência, percebeu que era aquele tipo de cão, robusto e dócil, que queria ter em sua vida. Já adulto e casado, era novamente hora de ter um cão.

A experiência com o pit bull fez com que definisse um perfil comportamental desejado. A pelagem curta e o design – “é a raça mais linda do mundo”, diz - ajudaram a decidir por um bull terrier. “Além disso, me identifico pessoalmente com eles: as pessoas não os conhecem e têm preconceitos, julgam antes de conhecer, são considerados feios e estranhos - e isso é basicamente a minha história”, conta.

É aí que Jimmy Choo entra na história. Jimmy Choo? Sim, nome escolhido pela (agora ex) esposa, em alusão à grife de sapatos. Guardem esse nome, ele vai voltar à história. No entanto, o casal se separou e de repente, ele se viu em um apartamento sem móveis, havia apenas as paredes e seu cão. E isso foi o suficiente para o recomeço. Se já fazia sucesso com imagens que misturam seus desenhos e gastronomia, quando Jimmy começou a aparecer nas fotos, a audiência e a repercussão dispararam.

As imagens conquistaram cada vez mais fãs e um deles foi o ator Ashton Kutcher, que repostou uma das imagens. A partir de então, Jimmy se tornou global e sua reputação de bom cão chegou até a Jimmy Choo (sim, a empresa), que ficou encantada com seu talentoso homônimo e convidou Rafael para ilustrar as peças de uma coleção cápsula, batizada ChooHound.

Hoje em dia ele é reconhecido na rua e tem lugares que a dupla evita por conta do tumulto. “E isso é maravilhoso. Antigamente as pessoas tinham medo, atravessavam a rua porque achavam que era uma raça assassina. Cheguei a bater boca por conta disso, não aceito que falem mal do Jimmy. Eu me identifico muito com ele, sofri muito bullying na infância, sei bem como é ser o esquisito da turma”, conta.

Esquisito ou não, os traços peculiares do bull terrier e a criatividade de Rafael fizeram com que Jimmy se tornasse capa de caderno, pendente, cartão postal e calendário, além do livro com montagens inéditas nas redes sociais lançado pela Intrínseca.





Jimmy também empresta sua imagem para apoiar e fomentar a defesa animal. Diversas vezes, apareceu em campanhas publicitárias que envolvem benefício à ONG Ampara Animal.


Para os padrões de uma estrela, ele tem uma vida até pacata. Acorda cedo, sai para um passeio – que pode ser de 15 minutos até uma hora, dependendo da agenda do dia. “Se eu tenho que ficar em casa ele fica o tempo todo do lado, grudado, querendo brincar. Se saio, ele fica dormindo me esperando. Ai quando chego, independente da hora a gente sai para passear de novo e brinca, e faz bagunça. É sempre assim, não importa se é domingo, feriado, todo dia ele tem a rotina dele”.

Fazer as fotos faz parte da rotina. E apesar de não ter sido adestrado, parece entender bem o que se espera dele. “Só tive dificuldades com ele no início, como todo cachorro pequeno. Ensinar a fazer as necessidades no lugar certo, a não comer as coisas, a ter um lugar para dormir, saber o espaço dele... O bom é que sempre foi muito obediente, nunca me deu trabalho”, elogia.



Fica claro o que explica uma relação profissional tão boa: é a relação pessoal melhor ainda. “Jimmy me surpreende todos os dias, me ensina sobre respeito, amor, devoção. Ele é a minha pessoa preferida no mundo. Não quer saber se estou em um apartamento vazio ou numa cobertura incrível, não liga para meu carro, para as minhas roupas, não tá nem aí para minha conta bancária. Eu dou comida, atenção e amor em troca, ele me entregou a vida dele”. Tem como não amar?
*Em sua coluna Casinha Vogue, Adriana Mori mostra as belas interseções entre o mundo dos pets e o universo do design e da arquitetura.
