Existem relatos de que a produção de papel teve início no século 2 a.C., quando um sacerdote budista iniciou a prática no Japão. Sem muita durabilidade na época, devido à falta de tecnologias, o papel passou por vários processos de melhoria até ser introduzido definitivamente na vida cotidiana. Mas foi apenas no século 19 que surgiu uma técnica japonesa, a washi, em que o papel é feito a partir da polpa de madeira – que tem vantagens por ser sustentável, biodegradável e de fácil absorção de umidade. Mais durável e resistente, essa técnica é base da empresa Taniguchi Aoya Washi, a mais tradicional do país na arte de washi tridimensional e a nova parceria do estúdio Nendo na criação da luminária Semi-wrinkle Washi.
O objetivo de Nendo ao criar essa luminária era unir a tradição tridimensional e sem costuras do washi com algo a mais. Assim foi feito o processo usual de passagem de telas finas através de um banho de celulose e água e que em seguida foram colocadas em telas para secagem. Porém, durante esse procedimento, descobriu-se que a adição de um vegetal chamado konjac ao papel causava leves rugas - assim ele foi aplicado apenas na parte superior das peças; a base ficou intacta e lisa. “Decidimos tirar o melhor dos dois mundos e aplicamos as rugas gradualmente, para que os dois efeitos combinassem perfeitamente”, explica Nendo.
Graças a essa escolha do papel como material para compor a luminária quando ela é acesa a consequência é um tom de luz suave e agradável. O charme das rugas, além de deixar as peças parecidas com vidro ou plástico, também dá um efeito que parece diminuir o tamanho global dos acessórios. “O material escolhido e o processo a que o submetemos criam uma nova dimensão para o papel, que fica suave e firme”, conta Nendo.