Pegar o metrô lotado na hora de voltar para casa pode ser uma das experiências mais exaustivas da vida de quem vive em uma metrópole. Agora adicione sujeira, pichações e criminalidade à sensação de estar dentro de uma lata de sardinha. Era assim que os nova-iorquinos dos anos 1980 se sentiam ao pegar o transporte público, seja na estação da 42nd street ou no Brooklyn.
O responsável por resgatar as memórias de um tempo tão diferente dos dias de hoje – uma vez que agora a Big Apple é infinitamente mais limpa, mais segura e mais bonita – foi o fotógrafo Christopher Morris. Na época em que criou a série NYC Subway 1981, o norte-americano era apenas um iniciante que tentava a vida como fotojornalista. Suas imagens, recentemente redescobertas, gravaram um universo obscuro de paredes metálicas cobertas pelo vandalismo, habitado por pessoas misteriosas e gangues noturnas.
Durante 6 meses de 1981, Morris viveu no submundo dos metrôs, algumas vezes sozinho e outras acompanhado dos Guardian Angels, um grupo voluntário anticrime. O cenário das perigosas madrugadas oitentistas do metrô nova-iorquino não parece nada convidativo, mas é inegável que as fotos de Morris carregam uma beleza peculiar. Só nos resta admirá-las e agradecer, mesmo que apenas por um instante, pelo nosso metrô de todos os dias.