A Casa Baladar foi projetada pelo escritório Langarita-Navarro Arquitectos. Trata-se de uma residência de veraneio localizada em Benissa, na Espanha. Até aqui, sem novidades ou peculiaridades. Mas então entra em cena o fotógrafo Luis Diaz Diaz, que não se limitou a registrar a arquitetura erguida ali. Atuando como diretor de arte, ele fez da morada um cenário. Suas fotos revelam cenas de crimes, e não um destino turístico calmo.
"Toda vez que fotografo casas, penso sobre tudo que poderia se passar ali", explica Diaz Diaz. "Muita coisa pode acontecer em uma morada, coisas boas e ruins, como assaltos ou festas", continua. "É o cenário perfeito para criar uma fantasia", conclui a linha de pensamento que justifica a pequena loucura que se permitiu promover. "Criei cenários de crimes, pois queria algo que contrastasse com a clareza das linhas arquitetônicas."
Algumas destas linhas pertencem aos tetos intrincados que encerram o ambiente social, no andar superior da casa. Um dos crimes imaginários se dá nesse espaço. Parte de um corpo caído sobre o piso de cerâmica terracotta pode ser visto atrás do sofá. Outro cadáver pende de uma das janelas com borda verde menta. Por fim, o corpo de uma mulher flutua inerte nas águas claras da piscina.
As cenas causam estranheza, porque a casa realmente tem uma atmosfera muito plácida. As cores empregadas na decoração são leves. Crimes parecem não caber neste lugar tão relaxante. "Nosso objetivo era criar uma casa muito aberta e um dos recursos que garantem isso são as janelas, cujas folhas de vidro correm do lado de fora e desaparecem dos ambientes internos", explicam os arquitetos.
Os quartos ocupam o pavimento inferior, que também tem acesso à varandas. A arquitetura foi tão bem-feita que nem os crimes que Luis Diaz Diaz imaginou tiram do cenário a sua mais forte qualidade: a leveza.