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Rodrigo Almeida: casa e rotina em destaque

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Rodrigo Almeida (Foto: Filippo Bamberghi)

“Pai, será que a minha casa vai ser tão bonita quanto a nossa quando eu for morar sozinho?”, indagou Douglas, na época com apenas 9 anos, ao designer Rodrigo Almeida. “Eu sempre trabalhei em casa. Na sala mesmo. Por isso, meu filho acaba acompanhando todo o processo criativo e acha tudo muito natural”, explica Rodrigo, que se mudou em novembro passado para um apartamento no bairro de Pinheiros, em São Paulo. A vontade inicial era morar longe do estresse paulistano. Mas estar próximo da escola de Dodô, como o paulista de Sorocaba chama o filho, era essencial.

Rodrigo queria uma vida prática (sem carro!) e, ao mesmo tempo, tranquila. “Só comecei a procurar um ateliê depois que achei o imóvel. Tive sorte de achar um espaço charmoso bem perto”, conta ele, que leva uma rotina disciplinada. De manhã, cria em casa e visita fornecedores. No período da tarde, anda dois quarteirões até seu ateliê-loja para receber os clientes.O jantar em família antes da academia é regra diária, mas as quintas-feiras são especiais: pode massa, bolo e sorvete. E, então, Rodrigo encara o terceiro round do dia de trabalho: pesquisas e leitura madrugada adentro.

Rodrigo Almeida (Foto: Filippo Bamberghi)

Além da mobilidade, a vista – que vai até as árvores do Parque Ibirapuera – foi ponto decisivo na hora de bater o martelo pelo novo lar. O objetivo era claro: qualidade de vida, acima de tudo. “Aqui é possível ver o horizonte, diferentemente dos apartamentos nos Jardins, onde os prédios bloqueiam a visão”, diz. No décor, suas criações esculturais convivem com poltronas de Andrea Branzi, Vico Magistretti e do casal Eames e um bowl dos irmãos Campana comprado na feira do Bixiga.

“O dono não tinha ideia do que era isso. Já é a terceira peça deles que encontro por aí”, diverte-se. Obras de arte? Ele vai de mestres como Fernand Léger e Burle Marx até jovens promissores como Xoxu, passando por Maria Bonomi.

Na disposição dos cômodos, salas de estar, jantar e TV, além do escritório, estão juntos, permitindo aos moradores interagirem o tempo todo. “Não gosto de dividir muito os espaços e nunca mudo a planta original das casas onde moro, pois respeito o jeito de viver de cada época. Aliás, se eu pudesse entrar em um apartamento dos anos 1980 com arquitetura e móveis originais, o faria sem tirar absolutamente nada do lugar”, confessa o designer, que vive, hoje, em um prédio da década de 1970.

Se as criações de Rodrigo mantêm uma estreita relação com a cultura africana e a miscigenação, não é de se estranhar os livros de antropologia na estante do corredor, entre publicações sobre arquitetura, arte e design.O gosto pelos grafismos tribais, na tela do americano Keith Haring e nos tapetes importados do Senegal, também aponta para uma coerência entre vida e obra. “Esses tapetes são como esteiras de praia e me parecem ideais para a casa brasileira, pois dão cor ao ambiente”, diz. A trilha sonora? Música nacional, mas Dodô, atualmente com 13 anos, tem permissão para comandar o som. “Ele tem fases. Amava os Beatles e agora está curtindo umas bandas anos 1980 e 1990. Anda escutando muito David Bowie”, revela o pai dedicado.

* Matéria publicada em Casa Vogue #344 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)

Rodrigo Almeida (Foto: Filippo Bamberghi)

 

Rodrigo Almeida (Foto: Filippo Bamberghi)

 

Rodrigo Almeida (Foto: Filippo Bamberghi)

 

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Rodrigo Almeida (Foto: Filippo Bamberghi)

 

 


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