Durante uma conversa com seu irmão, a arquiteta Sasha Ritter comentou despretensiosamente que precisava de ajuda na elaboração de algumas prateleiras e mesa para seu apartamento. Para ajudar a irmã, que acabara de se mudar para Nova York, ele apresentou um amigo também arquiteto, Armand Graham, que iria auxiliá-la com a tarefa, além de apresentar a cidade. A dupla logo percebeu que tinha muito em comum e, ao invés de continuarem atuando em suas profissões, eles decidiram partir para o design de produtos com objetivo de criar peças com uma estética inovadora. O resultado é a coleção Totoro, composta por mesas baixas e bancos – que também fazem às vezes de objetos de arte.
Com grande interesse em sustentabilidade, Armand queria produzir um móvel ecofriendly, e para isso precisava pensar bem no material que seria utilizado. Foi quando lembrou de um amigo arborista que trabalha na região de Ithaca, em Nova York, e tem acesso a sobras de madeira que, normalmente, viram lenha. A ideia da dupla foi então pegar um bloco de madeira e transformá-lo em um móvel, mas apenas com trabalho manual isso levaria muito tempo, foi aí que entrou a colaboração do braço robótico – utilizado em indústrias automotivas. Com tudo elaborado bastou desenharem o projeto em um computador 3D, e a máquina fez todo trabalho pesado.
“Foi estranho, mas emocionante abrir mão do controle para o robô e esperar para ver o que aconteceria”, contam os designers. O processo se deu em etapas, primeiro ele esculpiu as formas básicas, depois passou a broca delineando as curvas e os pés e, por fim, foi a vez de Armand e Sasha realizarem o acabamento em que lixaram as peças e revestiram com poliuretano ecologicamente correto. “Nós amamos o objeto final e, por ser moldado por uma máquina, não temos controle do resultado, o que é incrível, já que as peças estão em constante mudança, como se tivessem vida própria”.
