O cenário só pode fazer parte de um futuro pós-apocalíptico. Em uma exposição arqueológica situada em um período desconhecido, é possível ver máscaras de guerra absurdas que não protegeriam de nada. Os materiais utilizados para a confecção delas parece ter sido aleatório. Isopor, bolas de tênis e uma gama de recicláveis da contemporaneidade. A visão – no mínimo irônica – foi imaginada pelo grego Theo Michael e deu origem à exposição Fuck You, I’m Civilized, que recheia as salas da galeria mexicana OMR.
As peças feitas de cerâmica, papelão e uma infinidade de outras fontes são frutos de uma nova fase do artista. Ao deixar temporariamente de lado a autocrítica, ele encontrou espaço para explorar uma nova estética e abandonar os materiais nos quais ele se sentia mais confortável em trabalhar. Depois, remixou referências de universos diferentes. Amostras de solo retiradas de Marte pela NASA, a arte expressionista e as relíquias encontradas em escavações passaram, então, a construir novos objetos.
Desse caldeirão, sugiu uma série de máscaras e artefatos que evocam um mundo em que o ridículo e o sublime convivem em perfeita harmonia. Então o expectador é convidado a imaginar, a partir desses vestígios, como seria o mundo de onde eles vieram. Prevalece a dúvida: trata-se do passado ou do futuro da humanidade? Qualquer que seja a resposta, o papel da arte é questionar.
Theo Michael: Fuck You, I’m Civilized
Data: até 28 de junho
Local: Galeria OMR
Endereço: Plaza Río de Janeiro 54, Cidade do México, México