Os moradores da Casa Quebrada, em Curacaví, no Chile, passam o dia entre a copa das árvores. Explica-se: erguida próxima a um rio, a morada elevada situa-se no meio de uma floresta - e permite a seus habitantes uma perfeita união com a natureza.
Ao invés de concorrer com o barranco existente no terreno, os arquitetos Alejandro Urrutia e Juan Pablo Nazar, do escritório UNarquitectura, tiraram partido do declive. Construíram a residência sobre pilotis inclinados na diagonal. A disposição permitiu manter as árvores no terreno - e a copa de algumas até atravessa o chão da passarela de acesso à construção. Esse design também transforma a morada em um mirante para o verde ao redor.
O lar fica mais integrado à natureza graças a uma estratégia curiosa: não tem paredes internas. Para separar os ambientes, Urrutia e Nazar os implantaram em terraços de alturas diferentes. No alto está a área íntima; um degrau intermediário funciona como sofá e área de convivência, já o patamar mais baixo recebe a cozinha e sala de estar.
Em todos os níveis, a luz entra por aberturas generosas. A parede da cozinha foi transformada em um grande pano de vidro inclinado, mesmo material que preenche as portas de correr e um rasgo no meio da residência. À noite, a morada se transforma em um ponto de luz no meio da vegetação.
Com essa disposição os arquitetos conseguiram preservar as vistas para a mata em quase todos os cômodos. Também fazem a casa parecer maior do que os seus modestos 40 m². Outra estratégia para unir aconchego e sensação de amplitude: os interiores de pinus tem branco imaculado, como nas residências nórdicas. Móveis de madeira maciça e tapetes de fibras dão um toque rústico.