Os arquitetos do escritório MORQ descobriram habitantes inusitados no terreno onde os clientes desejavam construir um lar, em Perth, na Austrália. Três imponentes eucaliptos, nativos da região, dominavam o lote.
A família queria derrubar as árvores e ganhar um terreno livre para erguer a casa de seus sonhos. Mas os profissionais convenceram os futuros moradores a deixar os espécimes de pé. Em troca, poderiam aproveitar sua sombra e beleza.
A escolha exigiu dose extra de criatividade e originou uma construção incomum. A primeira diferença está na disposição dos cômodos, que formam dois pátios, como um H irregular. O átrio norte, banhado pelo sol por mais tempo durante o ano, tem um deque com cadeiras Butterfly coloridas. Ali, as crianças brincam à sombra dos eucaliptos. Grandes vidraças na sala de jantar e no quarto principal emolduram os troncos e folhagens.
Em resposta às vizinhas ilustres, a morada é feita de madeira compensada. As paredes exteriores são negras e têm textura mais áspera. Os interiores têm superfícies lisas e claras - inclusive no teto, onde as vigas foram deixadas aparentes.
Apesar do seu grande porte, os espécimes têm raízes pouco profundas. Para driblar o problema, a casa foi fundada sobre tripés de aço, instalados manualmente. Cada vez que encontravam uma raiz, os construtores mudavam as bases de lugar. "Essas fundações também levantam a casa do chão e lhe dão um ar temporário", afirmam os arquitetos. Um sistema de coleta leva a água da chuva para as plantas - evitando seu adoecimento.
