Quem nunca brincou de pega-varetas? O jogo que fez parte da infância de muita gente marcou os designers Donato D'Urbino, Paolo Lomazzi e Gionatan de Pas. Em 1973, inspriados pela brincadeira, eles criaram o mancebo Sciangai. A peça, que esbanja simplicidade, engenhosidade e praticidade, está completando 40 anos de existência. Prova de que o bom design resiste ao tempo e às mudanças, sua produção segue firme até hoje, ainda feita pela empresa italiana para a qual foi lançada, a Zanotta.
Com um desenho típico da década de 1970, entre o pop e o utilitarismo, o mancebo se tornou um ícone. Atualmente ele faz parte das coleções de móveis e acessórios decorativos de diversas instituições culturais, como o MoMA, em Nova York, o Kunstgewerbemuseum, em Berlim, e o Triennale Design Museum, em Milão. Além disso, a peça ganhou, em 1979, o prestigioso prêmio Compasso d’Oro, concedido pela Associação de Desenho Industrial italiana desde 1954.
A razão do sucesso do cabide, segundo Lomazzi, é sua capacidade de atender duas demandas, uma humana e outra meramente funcional. “Os objetos devem estabelecer um relacionamento com seus usuários e devem ser fáceis de usar”, defende.
O mancebo é constituído por oito varas de madeira que atuam simultaneamente como apoios, na base, e como “ganchos”, no topo. Elas são unidas quase a meia altura – um pouco acima disso. A peça é feita com madeira maciça – de carvalho ou faia – mas pode ser coberta por tinta preta, cinza ou marrom. Para um transporte facilitado, é possível reorganizar as varas de modo a criar um elemento único, conciso. Deste modo, através de uma logística de transporte eficiente, o design do mancebo pode ser considerado sustentável.
Em 2009, o Sciangai foi reinterpretado pelos designers do estúdio Fabrica, para Trans-forma. A peça chama-se Bunch of Tools. Recentemente a Zanotta incorporou o item ao seu catálogo.