O clima quente e ensolarado da Ilha de Wright é exceção na chuvosa Inglaterra. Tanto que, no final do século 19, a própria rainha Vitória construiu ali um palácio de veraneio. Desde essa época, as pequenas vilas da região passaram a receber mansões.
Foi no pomar de uma delas, construída em 1924, que um casal com dois filhos decidiu erguer sua morada, chamada por eles de The Sett. O projeto do escritório Dow Jones Architects organiza os cômodos do lar de modo a desfrutar ao máximo da grande riqueza da região: o sol generoso.
Assim, a cozinha está orientada para o leste, de maneira a receber a luz da manhã, enquanto a mesa da sala de jantar volta-se para o poente. A sala de estar fica virada para o sul - no hemisfério norte, essa é a fachada que mais recebe insolação ao longo do ano. Os quartos ficam no primeiro piso, de onde é possível avistar o mar.
Para evitar que a morada se aqueça demais, a cobertura se projeta para fora, criando varandas. Distribuídos estrategicamente, os terraços criam abrigos para diferentes horas do dia. Na entrada, formam um lugar de descanso para quem chega em casa. Ao redor da cozinha, criam um espaço para comer. Próximo à sala de estar, garantem vistas para o jardim externo em um descanso vespertino.
Uma macieira floresce e dá seus frutos em um pátio central. Cercado de paredes de vidro, o jardim também ajuda a criar uma sensação de unidade entre os ambientes - de um dos corredores dá para ver, por exemplo, o escritório do outro lado da casa. O piso de concreto polido, que reveste todo o térreo, reforça o sentimento de continuidade.
O cuidado com os acabamentos fica evidente em toda a morada. A lareira, no coração do lar, foi construída com tijolinhos e revestida de concreto, como o piso. O fechamento, de tábuas de madeira pré-fabricadas, recebeu tinta betuminosa. O composto, usado em barcos, dá um leve brilho, perfeito para refletir o sol e calor da ilha.