Uma construção antiga no charmoso Leblon foi ao chão para dar lugar a esta casa de mil m² de terreno e 1.400 m² de área construída. Distribuída em quatro andares – sendo o primeiro no subsolo, com adega, oficina de artes e escritório –, ela tem acesso por duas ruas. Uma delas leva à entrada no térreo, onde se concentram o hall social e a ala íntima, com quatro suítes. E a outra, que vai direto ao andar superior, reúne living, sala de jantar, home theater e cozinha. Já na cobertura, há um terraço com área gourmet, sala de jogos, academia, jardim e piscina. A proposta de setorizar os ambientes por pavimento partiu do arquiteto André Piva, contratado pelo jovem casal de proprietários que lhe encomendou uma residência acolhedora e moderna para curtir os espaços com os filhos pequenos e os amigos da família.
Segundo Piva, a casa é um cubo envidraçado e entremeado por tijolos escuros ingleses. “É um projeto contemporâneo, limpo, de linhas geométricas e poucos elementos”, referindo-se aos materiais eleitos, que, na verdade, se repetem ao longo dos espaços, caso dos próprios tijolos, o travertino rústico, o vidro, o aço e a madeira de demolição. “Trata-se de uma mistura afinada entre o rústico, o clean e o minimalista, mas sem parecer um patchwork de estilos.”
Clara e arejada, a construção tem a seu favor o pé-direito de 5 m que parte do térreo e alcança o living, no piso superior. Esse grande vão recebe luz natural através de amplos panos de vidro. “Durante o dia, quase não é preciso acender as luzes”, diz o arquiteto, que também implantou um sistema de captação de água da chuva para irrigação dos jardins e limpeza.
O projeto luminotécnico, por sua vez, foi planejado para agradar de formas diferentes ao marido, que prefere ambientes bem iluminados, e à mulher, que gosta de uma luz mais intimista. Assim, a equipe de André Piva criou cenas variadas em todos os espaços. Especialmente na suíte do casal, que dispõe de uma generosa luminária no centro do quarto. Feita de alumínio, ela é dotada de luz fria em cima e quente e amarelada na parte de baixo, podendo-se usar os dois sistemas ao mesmo tempo ou separadamente.
Quanto ao décor, obras de arte assinadas por artistas renomados completam e valorizam ainda mais as áreas sociais. Caso do painel fotográfico montado como um mosaico, de Claudia Jaguaribe, na sala de jantar, do óleo sobre tela de Luiz Zerbini, que dá um colorido especial ao patamar da escada entre a sala e o terraço, e da pintura sobre espelho, um díptico em azul profundo criado por Carlito Carvalhosa, no living. Da mesma forma, alguns móveis-ícones contrastam e dialogam com as linhas arquitetônicas da casa. E o maior exemplo é a chaise Rio, de Oscar e Anna Maria Niemeyer: uma peça de importância singular encontrada por sorte num antiquário carioca.
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Portfólio André Piva