Quando foi construir seu novo lar, o arquiteto Paul Masi, dono da firma Bates-Masi, só queria um lugar sossegado. A casa em que morava antes com sua mulher e seus três filhos era um verdadeiro autofalante. Feita de paredes pré-fabricadas e vidro, fazia com que qualquer ruído aumentasse exponencialmente. Quando comprou o terreno de 2 mil m² no centro da cidade de Amagansett, na região nova-iorquina dos Hamptons, já previu que o barulho do trânsito seria um inconveniente.
Foi quando começou a estudar a fundo técnicas de acústica para serem aplicadas em seu novo lar modernista – contrariando o senso comum, não tem nada de triste e frio –, e que custou cerca de US$ 2 milhões. Para começar, a construção de dois pavimentos é formada por paredes escalonadas, começando com uma delas livre no exterior da casa. Tal estrutura cria uma barreira entre o som externo e o interno, formando uma sombra acústica. Como material, ele usou concreto armado e, para que a casa se misturasse com a paisagem, usou revestimento de cedro.
Mas as intervenções acústicas não acabam por aí. Os degraus da escada, por exemplo, tornam-se mais grossos à medida que descem para o porão e mais finos quando vão para o segundo piso. Dessa forma, os passos de quem a usa variam de frequência, criando interessantes graves e agudos. Na sala de estar, as paredes são cobertas de feltro cinza e sobrepostas por mais peças de cedro em pares conectados por suportes de metal. Tal acabamento foi escolhido porque o feltro ajuda a absorver o som quando a porta deslizante está fechada e as tábuas são ajustáveis e removíveis, permitindo ao proprietário "afinar o espaço".
Além disso, construiu armários embutidos por todos os cômodos, pois uma característica do modernismo a família não abre mão: ter uma casa ampla, com poucos móveis e, acima de tudo, organizada.
