Recém-casada, a arquiteta Adriana Pierantoni tinha um delicioso desafio: projetar a morada onde ela e o marido passariam os primeiros anos de vida juntos. O loft de 70 m² com apenas uma parede e lajes à mostra oferecia liberdade suficiente para a profissional conferir ao lar o estilo da dupla.
Adriana criou um ambiente personalíssimo investindo em cores alegres, texturas e objetos que lembram momentos especiais para o casal. Mas não perdeu a medida: afinal, o escritório doméstico onde ela recebe clientes funciona bem ao lado da sala de estar, local de reunir amigos.
"Para cada ambiente eu escolhi um tom de referência", conta, revelando como equilibrar matizes na decoração. "Na sala, selecionei o cereja - outra cor, mais brilhante, competiria com a TV", explica. Ali, as parede formam uma base neutra e ganham movimento com as texturas - elas receberam papel com relevos imitando tijolinhos pintados.
O ar jovial do living é obtido com peças como as almofadas da R. Valentim, mesa de centro e banquinhos desenhados pela arquiteta e tapetes da Oppa. Ao lado da TV, um painel transparente enche-se aos poucos com as rolhas das garrafas de vinho que o casal desfruta junto. Na parede atrás do escritório, um quadro do artista Lobo retrata momentos marcantes da dupla.
Evitar divisórias multiplicou o espaço. As áreas sociais - sala, home-office e jantar - formam ambiente único de 40 m² . Junto à mesa de refeições, uma parede de espelhos manda pra longe a sensação de aperto. Ali, Adriana instalou um painel com fotos do casamento, lua de mel e viagens com o marido. "Se fosse um espelho inteiro, as pessoas tocariam com a mão e sujariam", explica. A cozinha ganhou papel de parede estampado com o mapa do metrô de Londres.
Fugir do gesso implicou em evitar luminárias embutidas. Por isso, a arquiteta aproveitou as saídas de energia para instalar trilhos com spots luminosos. Assim, é possível direcionar a iluminação de acordo com o momento.
Adriana pôde escurecer os tons no quarto, uma área onde as visitas raramente vão, e banheiro, local de permanência transitória, onde se costuma ousar mais. Cores primárias brilham nesses ambientes.
No dormitório, o closet original, formado por dois armários paralelos de 1,5 m, era muito pequeno para o casal. A arquiteta decidiu acrescentar 1 m em cada peça, trazendo-o para perto da cama. A medida consumiu um pouco do espaço de circulação. Adriana compensou criando molduras onde ficam fotografias cheias de boas lembranças.