Fundado em 1953 pelo príncipe Rainier, o Yacht Club de Mônaco reafirmou então a importância dos esportes náuticos para o principado, que em 1888 já tinha sua “Sociedade de Regatas”. A tradição que se mantém até hoje é parte do dia-a-dia dos habitantes da cidade-estado: todas as crianças que vivem em Mônaco têm, em algum momento de suas vidas, aulas de vela e navegação. Por isso, quando a diretoria do Yacht Club decidiu investir numa nova sede para o clube, determinou que a construção deveria prever também espaços de uso público, além daqueles exclusivos de seus associados.
O projeto que leva a assinatura do renomado arquiteto inglês Norman Foster não apenas atende a esses pedidos, mas tornou-se ainda um novo marco na paisagem do porto de Mônaco: com 26.500 m², a imponente construção se assemelha a uma embarcação de luxo, com os andares sobrepostos que formam recortes na fachada.
A localização privilegiada do prédio, levantado num terreno aterrado junto ao mar, fez com que a equipe de arquitetos pensasse em maneiras de aproveitar ao máximo as condições naturais existentes: “Células fotovoltaicas e painéis solares convertem a incidência solar do local em energia elétrica, enquanto a água do mar é usada num sistema que ajuda a refrescar o interior da construção. Os vidros das fachadas podem ser abertos para promover o máximo de ventilação cruzada. Para fornecer sombra aos espaços envidraçados durante o verão, instalamos toldos que lembram velas, e assim fazem referência direta à tradição de velejar em Mônaco”, conta Nigel Dancey, sócio-diretor da Foster+Partners.
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Internamente, a planta também foi pensada em detalhes para abrigar adequadamente todos os espaços designados no projeto. “O prédio reproduz uma cidade em micro-cosmo, pois tem escola, parques, escritórios, restaurantes, lojas e uma verdadeira rede de “ruas” para promover a circulação interna; além de uma hierarquia de espaços públicos e privados, áreas sociais e funcionais. É uma representação da densa urbanização de Mônaco unida às tradições do Yacht Club. Com seus espaços de uso público, como lojas, parques e salas de aula, o novo edifício ajuda a inserir ainda mais o clube na vida do principado”, conta o arquiteto Norman Foster.