Gosto e estilos à parte, não erra quem afirma que a boa arquitetura contemporânea é feita de soluções práticas, a partir dos (cada vez mais escassos) recursos existentes. Para ampliar uma casa em Sydney, na Austrália, o projeto do arquiteto Christopher Polly apenas acrescentou espaço aos dois andares que já existiam, no lugar de reerguer outra construção. O restante da casa foi revitalizado com mudanças simples, como a substituição de materiais e a abertura de janelas e claraboias.
O espaço anexado se incorporou ao restante da morada, seguindo a configuração arquitetônica original, que remete à forma de uma catedral. A escada, criação do novo projeto, integra os dois andares por meio de um pequeno mezanino com vidro. Por falar no material, ele ocupa posição de destaque na residência. Encontra-se em múltiplas janelas, além de ocupar o lugar de algumas paredes e partes do telhado.
A utilização do mesmo vidro em portas de correr e janelas que se abrem de forma criativa resultam num lar em que o nível de luz e a sensação térmica podem ser facilmente controlados. Esta segunda função é ajudada por paredes com forte isolamento. A priorização do vidro para a ventilação e para a entrada de luminosidade, além de garantir um lar sempre agradável, abre a construção às duas árvores do jardim, proporcionado uma sensação de proximidade com a natureza.
Seguindo a filosofia da reutilização, tijolos de demolição foram usados para reforçar as paredes, aumentando o isolamento térmico. Para evitar o sacrifício de novas árvores, empregou-se madeira antiga para revestir o deque do jardim.
A decoração que complementa o projeto arquitetônico se pauta basicamente no branco e na madeira, com pequenas inserções de cor em alguns objetos, como almofadas e centros de mesa. Nota-se também uma ou outra peça assinada, como os banquinhos transformados em mesa de centro da sala de estar, desenhados por Alvar Aalto. Um projeto onde ideias simples têm resultados grandiosos.