Aspen Art Museum – Shigeru Ban
De olho no sucesso do Centre Pompidou Metz, na França, o comitê deste museu de arte contemporânea foi unânime ao apontar o japonês Shigeru Ban como autor de seu novo prédio de 33 mil m² no centro da cidade americana, seguindo um aumento de mais de 100% no fluxo de visitantes da casa nos últimos anos. Transparência foi a palavra de ordem acatada pelo ganhador do Pritzker 2014. Aberta em agosto, a glass box de três andares é envelopada por uma treliça de Prodema, mistura de papel e resina folheada de madeira que faz lembrar a estrutura usada em Metz. Uma escada posicionada entre a tela exterior e o edifício leva o público até o rooftop onde, como em outros novos centros de arte no mundo, se encontra a entrada da instituição. “É semelhante a esquiar: você vai até o topo da montanha, aproveita a vista e depois desliza”, explica Ban. Nada mal para seu primeiro museu nos Estados Unidos.
Fondation Jérôme Seydoux Pathé – Renzo Piano
Por trás da fachada haussmaniana repleta de esculturas de Auguste Rodin do número 73 do boulevard des Gobelins ergue-se um inesperado corpo metálico. Lá, desde setembro, funciona a nova sede da Fondation Pathé, espaço de 2.200 m² que expõe e conserva o patrimônio desta instituição criada em 1896, meses após a invenção do cinema. O edifício de cinco andares, assinado por Renzo Piano, foi coberto por 7 mil persianas que protegem sua estrutura de vidro. Além da vista privilegiada, a biblioteca no topo revela a armação de madeira do teto ondulado, que remete à cobertura das escadas do Beaubourg – o nome como os parisienses se referem ao mais célebre projeto de Piano na cidade, o Centre Pompidou (feito em parceria com Richard Rogers).
Fondation Louis Vuitton – Frank Gehry
Depois de visitar o Guggenheim de Bilbao, o CEO do grupo LVMH, Bernard Arnault, não teve dúvidas de que somente Frank Gehry seria capaz de realizar um “edifício de alta-costura” à altura da sua fundação de arte. A obra, inaugurada no fim de outubro, no Bois de Boulogne, foi orçada em US$ 143 milhões. Para não perder de vista a natureza do entorno, o starchitect canadense se inspirou nas verrières dos palácios de cristal do século 19, que ele atualizou ao dar-lhes ares de velas náuticas desconstruídas. O prédio de 11.700 m² possui um volume interior sólido e branco, que Gehry chama de “iceberg”, visível através da fachada composta por 12 painéis de vidro. Observada de longe, a construção parece um navio em movimento. Para criar esse verdadeiro tour de force arquitetônico, a equipe de Gehry registrou nada menos que 30 patentes, sendo uma delas uma técnica para curvar milimetricamente os vidros da “casca”. Clássico instantâneo do século 21.
National September 11 Memorial Museum – Snøhetta
O escritório norueguês Snøhetta foi incumbido da delicada tarefa de projetar o pavilhão que serve de entrada para o museu subterrâneo dedicado à memória do atentado de 11 de setembro de 2001, assinado por Davis Brody Bond e aberto em maio. O local emana uma energia particular: antes de entrar na estrutura facetada de vidro e aço inox listrado, o visitante atravessa o parque onde se encontra o memorial realizado por Michael Arad, que instalou ha três anos piscinas onde antes haviam as fundações das Torres Gêmeas. Segundo Craig Dykers, um dos fundadores do Snøhetta, o pavilhão serve de “portal entre a vida cotidiana da cidade e a espiritualidade do lugar”. O arejado e luminoso átrio expõe duas colunas estruturais que sobraram das torres e prepara o público para uma sombria e emocionante visita até a base do World Trade Center.
* Matéria publicada em Casa Vogue #351 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)