E começa a maratona na Flórida! Depois de uma jornada um tanto dramática (demorei 24 horas para chegar em Miami por conta de atrasos e mudanças de voo), comecei o dia no design district – bairro idealizado por Craig Robins repleto de lojas de luxo, galerias e restaurantes deliciosos. A vizinhança ainda está em construção e cresce loucamente a cada ano: esta semana Craig comemora a aquisição de algumas instalações públicas. Marc Newson, John Baldessari, Konstantin Grcic, Sou Fujimoto, Xavier Veilhan, Zaha Hadid, entre outros, fizeram algumas obras que estão espalhadas pela área. Very cool.
E MAIS! Conheça o roteiro artsy para fazer em Miami durante os eventos
Foi lá que a Louis Vuitton lançou um projeto incrível com a família de Pierre Paulin. Explico: o designer idealizou uma casa, em 1972, para a Herman Miller, que nunca foi construída por causa da crise de petróleo. As maquetes pertencem, hoje, ao acervo do Centre Pompidou e serviram de base para a produção de 18 móveis maravilhosos que serão vendidos aqui em Miami. As peças deixam claro que Pierre pensou em uma casa super flexível, e como o layout é circular, elas podem ser remanejadas de acordo com as necessidades do morador: design trabalhando em função do homem e não o contrário. Me joguei no sofá com tecido da Kvadrat e não queria sair nunca mais! É fácil perceber também que ele estava propondo um lifestyle bastante sociável e inspirado nas culturas japonesas e árabes: todo mundo no chão! Ponto para a Louis Vuitton, que promoveu mais uma vez o design francês de forma chic e exclusiva, e com um toque gostoso de história (para quem não lembra, na design Miami do ano passado, a marca lançou uma casa idealizada por Charlotte Perriand)
De lá, corri para a abertura da Design Miami, que comemora 10 anos com galerias parceiras desde 2004 como a francesa Galerie Patrick Seguin. Este ano, Patrick reconstruiu quartos de universidades idealizados por Jean Prouvé, Charlotte Perriand, Pierre Jeanneret, Le Corbusier e Jean Royère, nos anos 1930 – mais design francês, mais vontade de ter vivido em outros tempos. A Fendi fez uma parceria bárbara com Britt Moran e Emiliano Salci (a.k.a. Dimore Studio), que idealizaram móveis para um suposto apartamento em Roma. Gostei especialmente das poltronas com detalhes no desenho dos pés que tinham um ar meio art déco.
A Perrier-Jouët convidou os jovens austríacos Katharina Mischer e Thomas Traxler para fazer uma exposição super poética (todas as meninas gostaram, tenho certeza): eles pesquisaram algumas plantas raras e outras extremamente comuns na Europa e montaram uma mesa-maquete com sensores de calor. Quando alguém se aproxima do “jardim” as plantas abaixam para se proteger. O mesmo princípio foi usado para os espelhos: ramificações crescem quando estamos longe e desaparecem ao nos aproximarmos. A ideia da dupla é questionar a nossa relação com a natureza – meio lindo, meio hippie. Curti.
A Galerie Kreo apresentou várias coisas lindas. Entre elas, a mesa dégradée de Helena Jongerius. Já a Demisch Danant trouxe algumas peças de Pierre Paulin desenhadas para a casa de George Pompidou. A Garwan Gallery apresentou objetos do arquiteto Vincenzo de Cotiis feitos de vidro soprado, bronze, fibra de vidro e prata. Bem bonitos.
O grande destaque, no entanto, foi o Design Curio – setor novo da feira dedicado a instalações de jovens designers e curadores. O mais bacana, sem dúvida, foi a exposição da Ro/LU, promovida pela Patrick Parrish, a Various Projects e a Print All Over Me. Sucesso total. Para terminar o dia, fui jantar com Dan Riordan, presidente do prédio residencial Turnberry Ocean Club, que deverá ficar pronto em 2017. Desenhado pelo arquiteto venezuelano Carlos Zapara, este é mais um dos projetos que estão fervilhando por aqui e são responsáveis por provar que Miami não tem limites! E a gente ama.
* A jornalista viajou para Miami a convite da 3A Worldwide Brasil