A encomenda recebida pelo escritório de arquitetura Jarmund/Vigsnæs faria inveja a muitos colegas. "Os clientes, um casal jovem, queriam uma casa que parecesse uma locação de filme do James Bond", contam os profissionais. Havia um porém: a dupla tinha um terreno com mais de 8 m de inclinação na cidadezinha de Kolbotn, na Noruega.
Os arquitetos trataram de valorizar a diferença de altura (e a vista do alto). Por isso, o lar foi construído na porção leste do platô do lote, onde o declive é mais acentuado. A equipe de obras criou seis pilares delgados de concreto, baseados em diferentes alturas ao longo da ladeira. Eles garantem que os pisos da morada estejam no mesmo nível e fazem o volume de 160 m² parecer pendurado lateralmente no morro.
Por dentro, o efeito é dramático: a porta de entrada localiza-se no ponto mais alto do terreno, enquanto as janelas da parede oposta estão a quase 10 m da rua. Os quartos abrem-se para o jardim; as áreas de serviço, para o ar. Vista ao longe, a casa parece flutuar sobre a copa das árvores.
Entra-se na construção por uma escada que passa abaixo do volume principal. Os cabos estão escondidos atrás dela. A medida permite preservar as características do terreno.
Os interiores se organizam à esquerda e direita da saída da escada. O piso de concreto fica à vista, enquanto as paredes foram revestidas de um material tipicamente nórdico: compensado de bétula. A fachada recebeu placas de fibrocimento e é adornada pelas grandes janelas de vidro. Um toque das Case Study Houses hollywoodianas a 20 minutos de Oslo.