Quem visita uma exposição não faz ideia da complexidade que é transportar obras de arte de um continente para outro. O cuidado é tanto, que empresas especialistas neste mercado estão cada vez se aperfeiçoando mais e garantindo serviços de alta qualidade. “Para cada obra existe um tipo de embalagem e manuseio. É um processo único e artesanal”, diz Carlos Caetano, sócio da Artquality, uma das representantes brasileiras no mercado.
O fato curioso está no crescimento recente de clientes particulares, como socialites e até famosos, como o ex-jogador Pelé, que possuem casas em diferentes países e costumam oferecer jantares ou festas e querem que suas obras estejam por lá. "Quando um cliente recepciona seus amigos em Nova York, por exemplo, nos contrata para levarmos a obra que fica em sua residência, em São Paulo, apenas para o evento. Nós fazemos todo o transporte, desde a retirada da parede, a locomoção terrestre e aérea, até a colocação em seu destino final. Após o evento, trazemos de volta pra o Brasil", explica Bruno Lopes, diretor da empresa.
A metodologia, feita por poucos, consiste em uma vistoria técnica inicial para determinar as características do que será transportado. Após essa análise, é criada uma logística que vai desde a retirada, a embalagem, o tipo de transporte e a segurança. Cada item é imprescindível para a chegada das obras em perfeitas condições: a estratégia de transporte funciona de acordo com as necessidades técnicas das peças, para garantir maior proteção contra choques, vibrações, variações de temperatura e umidade.
E como tudo que é exclusivo tem um preço proporcional, as taxas podem chegar a milhares de euros. “A distância, às vezes, é de poucos quilômetros e o cliente chega a investir 10 mil no transporte de cada peça, porém, caso a obra sofra algum dano, o prejuízo pode ser de milhões”, conclui Lopes.