Após os quatro filhos terem crescido e se mudado, a proprietária dessa morada passou a dividir o tempo entre o apartamento em São Paulo, onde vive com o companheiro, e as casas de praia em Trancoso e Búzios. A vida agitada demandou a compra de uma residência menor para ela e o filho mais novo, no Rio de Janeiro, cidade na qual tem negócios.
Decorar o pied-à-terre de 230 m² foi missão do arquiteto Toninho Noronha, parceiro de outros projetos anteriores. O profissional e sua equipe investiram em tons suaves e bastante integração. Assim, privilegiaram a luz natural e a vista para as praias do Leblon, Ipanema e Arpoador.
As paredes da cozinha foram derrubadas e o cômodo integrou-se à sala. Os quatro quartos com dois banheiros se transformaram em três suítes. Dessa maneira a luz penetra fundo e é rebatida por revestimentos de tons suaves, como o mármore crema marfil do piso – a pedra bege ganhou aparência mais nobre depois de passar por jateamento.
No living, dois sofás modelo Suite (Dpot) foram revestidos com linho cru da Empório Beraldin e dialogam com o tapete de lã da By Kamy. O arquiteto também usou poltronas e daybed Barcelona, de Mies van der Rohe, herança do antigo apartamento. A cliente desejava se desfazer das peças icônicas justamente por sua popularidade em projetos comerciais. Toninho deu nova vida às peças ao revesti-las com lona de caminhão reciclada da JRJ Tecidos.
A composição neutra valoriza itens pelos quais a moradora tem apreço: a coleção de fotografias de Pierre Verger, mesas e cômodas antigas em estilo inglês e as almofadas com capa de seda, compradas com o arquiteto durante viagem à Índia. Outro destaque é o aparador de Jacqueline Terpins para a Firma Casa, localizado atrás do sofá.
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Superfícies brilhantes e espelhadas marcam todo o projeto. É o caso das mesas de centro desenhadas pelo arquiteto para a sala, revestidas com películas douradas. Outro exemplo é o painel de espelho que cria uma divisória suave entre jantar e estar. A peça guarda uma televisão – aparente apenas quando ligada – e oculta um pilar estrutural. A sala de jantar recebeu as cadeiras Brno, também de Mies van de Rohe, além de pendente de Tom Dixon e série de fotos de Miguel Rio Branco.
O living também se abre para a cozinha, onde Noronha continua seu jogo de volumes discretos. A madeira pré-composta na cor ébano cobre armários, fornos e geladeira – estratégia para dar unidade ao cômodo. O material contrasta com as bancadas de mármore e a arrojada porta de correr com acabamento em verniz à base de poliuretano.
Em busca de praticidade, moradora e arquiteto aboliram as paredes que separavam a sala de banho do dormitório na suíte master. Assim a bancada em formato de ilha funciona como penteadeira e pia. A face voltada para o banheiro ganhou mármore; ali os armários para sapatos têm portas de carvalho americano. Os gavetões voltados à cama receberam madeira laqueada. Espelhos fixados ao forro e portas de correr com vidro refletivo trazem ainda mais brilho ao lar.