O poder que as embalagens têm de transformar o produto sempre foi um tema que inspirou a criação de Tove Jeppsson Bohlin. Mas em seu último projeto, a jovem sueca resolveu explorar caminhos mais filosóficos e fez para si uma pergunta inquietante: e se fosse possível empacotar memórias? Como resultado nasceu o visualmente instigante projeto Packaging Memories, um híbrido entre a sua área de estudo e a arte.
"Eu tenho uma verdadeira fascinação pela memória, a forma como ela muda e como as recordações podem ser claras ou obscuras", conta Tove à Casa Vogue. "No meu trabalho costumo transformar ideias concretas em algo abstrato e, ao experimentar o sentido inverso, faço um desafio ao meu processo criativo."
Usando caixas de acrílico como envólucros para espaços vazios simbolizados por diversos tipos de papel, a designer representou, através de diferentes aspectos visuais, como seria se fosse possível encaixotar lembranças. "Formas e cores podem ser, de imediato, associadas à sentimentos, características fortemente ligadas à memória. Um formato redondo, por exemplo, pode fazer referência a algo positivo ou negativo, dependendo de quem você é. O mesmo acontece com as associações que fazemos com nossas recordações. Cada um lida de uma forma", explica ela.
E como uma alegoria de um possível controle da mente, a designer sugere procedimentos que podem ser feitos com sua obra. Ao manipular os formatos dentro dos invólucros translúcidos – seja trocando suas tampas ou os empilhando – nasce a capacidade de criar novas formas e nuances mentais. "O controle da mente é algo que eu adoraria ter. Seria maravilhoso!", confessa ela.