“O que quer que isso seja, ele é surpreendente". Assim teve início a palestra do gênio da publicidade, Dan Wieden, co-fundador da agência Wieden+Kennedy.
Ele se referia, é claro, ao Design Indaba, conceituado seminário que reúne anualmente mentes criativas do mundo inteiro, sob o comando do renomado Ravi Naidoo, na Cidade do Cabo, África do Sul.
A melhor apresentação e a mais ovacionada (da conferência inteira!), foi do tech-wizard e megalomaníaco, Yoni Bloch. Yoni fundou a Interlude, que cria vídeos interativos. Ele é de Israel, onde é considerado praticamente um rock star, mas hoje esta baseado em Nova York. Sua apresentação foi engraçada, inteligente e, em determinadas horas, comovente. Se você não o conhece, vale a pena assistir aqui e aqui.
Os designers Andrea Trimarchi e Simone Faresin, do Studio Formafantasma, dividiram conosco aquilo que é relevante em seu processo de criação. Pesquisar materiais novos, respeitar suas características, criar ponte entre passado e presente, e envolver-se na produção.
“Ser engraçada é um negócio sério.” (Emily Oberman).
Emily, também sócia da Pentagram, fez uma explanação cheia de energia e com humor. Apresentou a nova abertura de Saturday Night Live que, como a Casa Vogue, faz 40 anos. Confira o filme aqui.
Ela apresentou também o projeto de identidade visual e propaganda de TV do antidepressivo ficcional Ablixa, desenvolvido para o filme Terapia de Risco (Side Effects). Veja aqui.
“Meu trabalho é uma carta de amor de mim mesma para meus antepassados.”, resumiu a designer têxtil Sindiso Khumalo.
“Focar em uma coisa só não é algo que eu saiba fazer bem.” (William Kentridge).
E assim, com chave de ouro, termina o Design Indaba, com palestra do artista multidisciplinar.
Kentridge, que opera em mídias como desenho, filme, escultura, gravura e performance, divulgou que está trabalhando em uma ópera que irá apresentar este ano em Beijing. Sua palestra foi uma demonstração do que pode ser a ópera, e nos convidou para participar do seu processo de criação.
Iniciou a performance em um monólogo onde ele conectava fatos históricos, mangas (a fruta), memória, ideias, política e família.
O artista não tem preocupação onde vai terminar sua obras, começa e no meio do caminho pode mudar, faz parte do processo. E segundo o próprio, as ideias da ópera ainda são periféricas, e o projeto está em incubação. Ele chama sua equipe no palco e começa um exercício de direção e experimentação, com música e dança.
“Vocês têm sido muito pacientes em ouvir esta lição de história simplificada”, conclui William Kentridge.
* A repórter viajou a convite do Design Indaba.