Conhecido por suas pinturas e gravuras, Antonio Henrique Amaral inaugura este mês, na galeria Bolsa de Arte, em São Paulo, uma exposição com 42 desenhos produzidos ao longo dos últimos 20 anos. A mostra Chegou pelos dedos e... ficou exibirá ilustrações que oscilam entre o figurativo e o abstrato, estilos que também podem coexistir em uma mesma obra.
O artista utiliza as cores e o espaço com liberdade nas combinações, e os materiais são variados: aquarelas, lápis de cor, canetas esferográficas e pastel. "Um traço chama o outro, uma cor chama outra e crio uma relação", diz o artista. Ele reforça que só desenha quando sente vontade, sem horários fixos. “O desenho é o primeiro gesto de exteriorizar uma atividade cerebral, o primeiro relance de materializar algo que existe dentro de você. Para pintá-lo, é preciso estar com a mente distraída, sem uma preocupação de que faça sentido”, ele afirma.
Sua série Brasiliana, realizada entre 1968 e 1975, ficou muito conhecida do grande público pela temática das bananas, que contrastava com o regime militar no país. A produção dos desenhos - ininterrupta e sempre paralela ao trabalho de pinturas e gravuras -, não é exposta há 13 anos em uma galeria. Seu nome também é o título de uma das obras, e sugere um caráter espontâneo, ligado à técnica manual dessa faceta do trabalho de Amaral.
A exposição na filial paulistana da Galeria Bolsa de Arte fica em cartaz até o dia 28 de março. Nesse dia, às 11 horas, o artista recebe o público para um bate-papo. Na ocasião, Antonio Henrique Amaral contará um pouco mais sobre sua carreira e processo criativo.
Chegou pelos dedos e... ficou
Data: até 28 de março
Local: Bolsa de Arte
Endereço: Rua Mourato Coelho, 790, São Paulo, SP
Horários: de segunda a sexta, das 10h às 19h e sábado das 11h às 17h