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Brazil Returns

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Vivo em Nova York há dois anos e é impossível negar que o Brasil está cada vez mais em voga no cenário das artes, do design e da arquitetura local. Ano passado, a bela retrospectiva sobre o trabalho de Lygia Clark, no MoMA, a confirmou como uma das mais significativas artistas da segunda metade do século XX. Em 2015, seis décadas após a mítica exposição Brazil Builds, de 1943, a arquitetura brasileira volta aos holofotes, a partir do dia 29 de março, com a mostra América Latina em construção: Arquitetura 1955-1980.

Lygia Clark (Foto: Marcel Gautherot / divulgação)

A exposição Brazil Builds: architecture new and old tinha feito um passeio pela nossa história, desde a época colonial, passando pelo ecletismo e exibindo os primeiros exemplares do modernismo da época. A capa do catálogo da exposição era o então inovador Cassino da Pampulha, de Oscar Niemeyer.

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Estive em São Paulo, em dezembro do ano passado, e acompanhei a visita de parte da equipe de curadoria do MoMA à casa Costa Neto, do arquiteto Joaquim Guedes, que fica no Pacaembu.  Em meio à perfeita harmonia do encontro entre paus-ferro, lajes de concreto e grandes paineis de vidro, divagamos sobre o que a arquitetura moderna brasileira poderia ter sido, sobre o desgaste sofrido e sobre a falta de valorização por nossa própria sociedade. Para Barry Bengdoll, curador de arquitetura do museu, uma de suas maiores descobertas do período entre 1955 e 1980 é a obra de Lina Bo Bardi – ele ficou encantado com o SESC Pompeia.

Lygia Clark (Foto: Divulgação)

 

Lygia Clark (Foto: Divulgação)

Vivo hoje em um país onde o excesso de elementos na arquitetura ainda é muito valorizado e, ao defender com naturalidade formas mais limpas e harmônicas, percebo o quanto a herança modernista está presente no nosso dia-a-dia, na nossa maneira de pensar.

A mostra promete bastante material inédito de mestres tais quais Lúcio Costa, Vilanova Artigas, Reidy e Paulo Mendes da Rocha. Brasília será o maior destaque e já se especula bastante o que a crítica americana vai pensar de nossa capital amadurecida, que por aqui sempre foi considerada como “desumana, árida, de grandes vazios e símbolo maior da desigualdade social brasileira”.

Em breve, espero contar aqui no blog minhas impressões sobre a exposição que inaugura no próximo mês e já me sinto bastante privilegiada por ter contribuído um pouco na sua elaboração. Será também interessante fazer uma análise comparativa com nossos vizinhos naquele mesmo período, que fervilhou com uma originalidade até hoje inigualável. Para quem estiver em Nova York entre março e julho, a mostra é parada obrigatória!

 


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