Algumas vezes, o design serve mais para comunicar uma ideia do que para dar vida a um objeto com uma função específica. Este é o caso da sueca Tove Greitz, que criou, como projeto de conclusão de seu curso de Design e Arte, a coleção de espelhos Expectations.
"Passei três anos da faculdade trabalhando com um olhar conceitual, no qual a ideia e o processo são o foco principal", conta a designer de Estocolmo, que já levou Expectations para quatro exposições de sua cidade e uma em Tóquio, isso no pouco mais de um ano de formada. "Talvez por isso, minha obra seja mais próxima da arte do que do design industrial."
As três peças de formas simples, mas de significado complexo, são o resultado de uma pesquisa profunda sobre as expectativas e o impacto que elas têm na autoimagem, no comportamento e na percepção das pessoas. Depois de estudar a fundo aspectos sociais e psicológicos, Tove escolheu tais artefatos como interpretação palpável de suas conclusões teóricas. "Há algo muito pessoal e, ao mesmo tempo, muito universal sobre espelhos. Todos têm uma relação com eles, sejam boas ou ruins. Eles são a alegoria da autocrítica e, ao terem a função desativada, tal simbolismo fica ainda mais óbvio", explica ela.
Os itens criados por Tove tiveram uma parte da área refletora embaçada com jato de areia, alterando, assim, o reflexo de quem os mira. "Quando o usuário olha para um reflexo e não se vê, ele se torna consciente de suas expectativas não só quanto ao objeto, mas também quanto a si mesmo."
O que acontece quando um resultado não combina com o que é esperado? Qual o significado que a expectativa exerce sobre a percepção dos objetos? O design pode ser usado para guiá-la conscientemente? Estes são alguns questionamentos que Tove lança.