"Se sabemos exatamente o que vamos fazer, para quê fazê-lo?", dizia Pablo Picasso. A exposição que inaugura hoje, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em São Paulo, parece envolvida por essa máxima - mesmo que não intencionalmente. As obras selecionadas já mostravam indícios do período em que o artista pintaria sua icônica obra Guernica, em 1937. A sensibilidade era latente.
A curadoria de Eugenio Carmona exibe, em cerca de 90 obras, o percurso de Picasso e sua relação com as ideias, seus rascunhos e traços. O cavalo e o touro, que posteriormente irão adquirir a simbologia do povo inocente e dos horrores da guerra, já eram objeto de estudo e interesse do pintor. O período selecionado também exibe o artista investigando os aspectos da pintura e se preparando para responder à indagação de qual forma tem um rosto - traços que delinearam definitivamente seu estilo. Enfim, é Picasso se inventando como mito. O acervo também exibe a relação do pintor com outros mestres da arte moderna espanhola, como Gris, Miró, Domínguez e Tàpies.
A exposição foi organizada em colaboração com o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, na Espanha, e a Fundación Mapfre. As obras vêm da Fondazione Palazzo Strozzi, na França, onde já foram expostas.
Picasso e a Modernidade Espanhola – Obras da Coleção do Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía
Data: até 8 de junho
Local: Centro Cultural Banco do Brasil
Endereço: rua Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo, SP
Horário: de quarta a segunda, das 9h às 21h
Entrada gratuita