Um executivo de gosto sofisticado sonhava em ter uma casa onde sua família pudesse curtir ao ar livre o clima ameno de Los Angeles, mas que fosse possível mostrar também algumas das obras de arte de sua imponente coleção. Coube ao arquiteto Richard Landry criar um projeto que reunisse ambos: moradores e os grandes mestres da arte.
Inspirado pela abundante área verde que cerca o terreno, e sabendo que a família gosta de receber à beira da piscina, Richard resolveu que o piso térreo seria o mais aberto possível, com vidraças e grandes janelas, integrando os jardins aos interiores. Já para o segundo piso, o arquiteto resolveu dar mais privacidade à familia.
"Invertemos a clássica convenção arquitetônica: aqui o primeiro andar recebeu mais vidro, enquanto o segundo andar é mais sólido, criando um contraste bem claro entre a parte social da casa - aberta e voltada para a piscina e o jardim -, e a parte íntima, no segundo piso, protegida por paredes mais fechadas e com revestimento de pedra", explica Richard, que é canadense mas há muitos anos mantém escritório em Los Angeles.
Com generosos espaços e uma planta aberta, as salas se voltam tanto ao exterior como ao hall principal. Os ambientes são integrados e proporcionam vista para o cômodo seguinte. Do hall de entrada uma deslumbrante esquadria em madeira e vidro, de pé-direito duplo, envolve a escada e proporciona vista para uma árvore centenária do jardim.
No segundo piso, o amplo corredor recebeu requintes de iluminação normalmente encontrados apenas em museus: um longo skylight oferece condições ideais para a iluminação dos quadros ali expostos.
Mas mesmo com esses sofisticados detalhes condizentes com uma coleção desse calibre - que inclui Picasso, Miró, Robert Graham e vários outros artistas blue chip -, Richard evitou criar ambientes que imitassem a estética fria e impessoal das galerias de arte. Afinal, trata-se de uma residência.
Assim, juntamente com a firma de interiores Everage, o arquiteto tomou cuidados para unir a arquitetura e a arte no dia a dia da família. Um bom exemplo é a sala de jantar, onde o skylight circular é o lugar perfeito para se pendurar o móbile do artista Calder e fazer das refeições mais um momento singular.