Um terreno bem localizado, em uma região nobre do Rio de Janeiro, é algo que não pode ser dispensado. Foi com isso em mente que a arquiteta Monica Vieira adquiriu um sobrado sem valor arquitetônico no coração da Gávea, zona sul da cidade. A intenção era construir ali um espaço de trabalho multiuso, onde o seu escritório pudesse funcionar. O problema é que o lote tinha medidas bastante limitadas, menos de 60 m².
Tal condição impôs desafios importantes ao projeto, reconhecido com menção honrosa no 52° Prêmio Anual do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-RJ), no final de 2014. No lugar do antigo imóvel, foi erguido um edifício com 156 m² distribuídos por quatro pavimentos. Para maximizar a área útil e diminuir perdas com elementos estruturais, a arquiteta optou pela estrutura de aço, o que permitiu vãos livres mais amplos. Além do aço, a madeira (grápia) foi empregada com abundância em esquadrias, escada, deques e fachada.
Os andares foram delimitados apenas pela circulação vertical e banheiros. Na falta de afastamentos laterais e de fundo, foi instalada uma claraboia na parte de trás da construção para garantir ventilação cruzada e entrada de luz nas salas. Sob essa entrada de luz natural foi posicionada a escada composta por degraus fixados apenas nas paredes laterais e que ajuda a integrar os ambientes.
Na fachada, a estrutura metálica aparente serve de moldura para as esquadrias de madeira. Também foram empregadas venezianas com palhetas articuladas para garantir privacidade, bem como para controlar a luminosidade e a ventilação.
Mônica conta que a pouca área disponível induziu a construção de jardins verticais no muro que dá para a rua, nos muros laterais, e na fachada. A solução, associada às venezianas de madeira, conferiu à construção uma aura bucólica, que se integra bem com o tradicional bairro.