Após a obra, o apartamento paulista, localizado no bairro do Jardim Marajoara, estava completamente renovado. O layout recortado, com ambientes compartimentados e acabamentos antigos, ficou no passado, e deu lugar a um novo projeto, cheio de bossa. Segundo a arquiteta Ana Yoshida, que assina o projeto, o principal desafio foi melhorar a amplitude e fluidez do conjunto compacto, com 100 m² de área. Para isso, ela tirou a copa de cena, substituindo-a por uma cozinha em ilha, e levou abaixo as paredes que separavam áreas de estar, jantar e cozinha. “Os moradores são muito modernos. Além de pedir um toque de brasilidade, eles deixaram claro que não tinham medo de explorar o uso de cor na decoração. Busquei um equilíbrio, para que o conjunto ficasse harmônico”, conta a arquiteta.
Basta abrir a porta de entrada, e uma das grandes atrações do projeto salta aos olhos: o painel de ladrilho hidráulico colorido, assinado por Marcelo Rosenbaum, que cria um tapete chamativo, na área de jantar, e sobe até a parede da cozinha. Os tons do revestimento, das obras de arte e de outros objetos de design, como as cadeiras amarelas da Dpot, usadas na cozinha, ganham ainda mais evidência graças às novas janelas da sala, que permitem a entrada de luz natural sem cerimônias. Para evitar que as cores vibrantes sobrecarregassem o ambiente, a arquiteta apostou no projeto de marcenaria neutro.
Outra questão foi encontrar, na metragem compacta, espaço para os muitos livros do casal, que tem a leitura como um dos seus principais hobbies. “Precisei tomar cuidado para não perder armários nessa integração dos ambientes. Ao mesmo tempo, tais móveis não podiam pesar demais no conjunto, e tampouco afetar a fluidez”, conta. A solução foi substituir a parede que delimitava sala de jantar e corredor por uma estante estratégica, que recebe volumes em suas duas faces. O móvel contorna o ambiente e se junta à bay window do living, configurando canto da leitura dos moradores, que é coroado pela confortável poltrona do mestre Sérgio Rodrigues.