No cenário que presta importante homenagem à história da Cidade Maravilhosa e da arquitetura brasileira, a família encontrou o espaço ideal para chamar de lar. Moldaram o seu universo à parte em meio às construções centenárias do bairro boêmio de Santa Teresa, ou, mais precisamente, na cobertura de um edifício construído entre os anos 1930 e 1940. O dúplex com 200 m² desde o início refletiu o estilo de vida dos moradores, mas, quando os dois filhos mudaram, o desejo do casal de renovar o layout ganhou forças – e o nome do arquiteto Maurício Nobrega entrou em campo.
“O apartamento está em um prédio com fachada e áreas sociais tombadas, que é um exemplar da arquitetura art déco. Nesse contexto, manter o máximo possível de características originais fez total sentido. O piso, por exemplo, é parquet de peroba do campo, algo raro, em extinção. Além dele, preservamos autênticos escada, esquadrias de madeira, rodapés e pé-direito alto”, conta o arquiteto. Isto definido, e era tempo, então, de compor o décor, equilibrando tais elementos herdados da arquitetura, o acervo de objetos da família e novidades mais modernas, trazidas pela reforma.
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O diálogo entre o atual e o antigo invade todos os cômodos da morada. Na sala de estar, por exemplo, a composição conecta peças de design e objetos do acervo dos proprietários com itens novos, como o sofá, o lustre e a mesa de centro de frejó lavado, todos da Interni.
Seguindo tendências ditadas pelo estilo de morar contemporâneo, a reforma buscou uma melhor integração dos espaços e ambientes flexíveis, que podem ser transformados de acordo com o uso. “Antes com quatro quartos, o apartamento funciona hoje na maior parte do tempo com um só quarto bem grande, que pode ser dividido, abrindo espaço para um segundo dormitório quando os filhos visitam os pais”, conta o arquiteto. Após derrubar as paredes dos antigos cômodos, Maurício traçou dois quartos idênticos e rebatidos. Entre eles, posicionou shutters que dão conta de integrá-los ou separá-los. Quando os filhos estão em casa, eles são fechados e estabelecem o limite de um segundo. Mas, no dia a dia, ficam abertos e aumentam a área da suíte máster.
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“Foi um trabalho de grande parceria, porque a proprietária é dona de um olhar estético apurado e participou de todo o projeto. Aproveitamos seu grande acervo de móveis e objetos antigos herdados, além dos itens trazidos de suas várias viagens a trabalho pelo mundo”, conta Maurício.
Na coleção da moradora, que trabalha como diretora de estilo de uma importante grife de roupas carioca, se destacam móveis antigos, livros, obras de arte, louças, porcelanas, itens de prataria e outros objetos. Alguns deles foram renovados pelo arquiteto, para acompanhar o layout mais moderno da casa, a exemplo das cadeiras da sala de jantar, que receberam novos tecidos, tornando-se bicolores (azul e branco), para imprimir um toque de irreverência nos modelos com desenho clássico, como conta o arquiteto.