Do Taj Mahal ao Vaticano, passando pelo Theatro Municipal do Rio de Janeiro – ou pela Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre. Da premiação do Oscar, em Hollywood, à casa de Bono Vox, vocalista do U2, em Cap Ferret, na França. Nesta lista de endereços tão distantes geograficamente existe algo em comum: pisos de madeira maciça produzidos por uma empresa brasileira com sede na cidade de Tietê, no interior de São Paulo.
A trajetória da Indusparquet começou em 1970, quando os primos José Antônio Baggio e Luiz Francisco Fávero Uliana, descendentes de imigrantes italianos, decidiram trabalhar juntos. Vindos de uma família com tradição no setor madeireiro, os primos passaram a produzir sozinhos alguns pisos durante a semana para, no sábado e no domingo, realizar as instalações nas residências dos clientes. Os negócios progrediram rápido e, uma década depois deste início quase caseiro, a dupla partiu para a expansão internacional – e não parou mais.
Ao longo de 45 anos, as mudanças no mercado interno e externo foram muito além das questões econômicas: demandas sustentáveis – vindas em especial da Europa e dos Estados Unidos – foram solucionadas e as restrições do público vencidas. “Aqui, no Brasil, havia receio em relação à manutenção da madeira. Hoje o cenário é outro. Arquitetos, engenheiros e decoradores sabem das vantagens do revestimento, bem como da importância da instalação para o resultado da obra”, explica José Antônio.
Com mais de 600 colaboradores entre fábricas, lojas próprias e centros de distribuição, a Indusparquet fincou os pés na pesquisa. Em parceria com a Esalq USP, encontrou métodos de trabalho para diferentes tipos de madeira e, aliando procedimentos de alta tecnologia ao cuidado na produção, tornou-se lançadora de tendências. Sobre chão firme, criou espaço para o desenvolvimento de novas ideias. Ao lado dos clientes, abriu caminhos para a arquitetura andar a passos largos.
Ao balanço da arquitetura
“Antes se usava muito o ipê e a peroba, madeiras mais avermelhadas. Depois veio a moda dos tacos claros e castanhos, como o cumaru. Atualmente estamos em um momento de acabamentos rústicos, por isso os tons acinzentados que imitam a demolição estão em alta”. A fala do engenheiro florestal Marcos Ducatti, gerente nacional de vendas da Indusparquet, dá certeza sobre como a busca por pisos também varia em razão das tendências. Captados pela Indusparquet, esses desejos acabam gerando oportunidades para novos produtos, em uma postura up-to-date que virou uma das principais características da empresa paulista.
Foi assim com o piso Multistrato, que mistura material maciço na superfície com pedaços de madeira na base (uma solução que aproveita integralmente a madeira e garante as mesmas características de beleza, isolamento térmico e baixa condutividade elétrica). Outro exemplo de inovação é o piso pronto desenvolvido para uma gabaritada marca francesa. Por chegarem ao local de instalação já envernizados, os tacos foram parar em toda a rede da maison – que inclui Paris, Madri, Tóquio e as lojas em território brasileiro. De quebra, o piso pronto se tornou um item importante para o mercado, que valorizou o preço e a instalação mais rápida do que a do assoalho tradicional.
A escuta atenta da empresa a tudo que circunda o ambiente da arquitetura reforçou a preocupação com os serviços prestados antes e depois da entrega: “Uma etapa vital para o sucesso da madeira é a inspeção da obra. Nós apenas instalamos o piso se a obra estiver perfeita, evitando, assim, problemas no futuro”, explica Jair Luiz Chavarski, diretor e gestor de negócios da Indusparquet. Garantida a instalação adequada, a manutenção do piso é muito simples e a durabilidade dos tacos de aproximadamente 30 anos.
Dentro da fábrica, os processos são igualmente rigorosos. E, entre todas as etapas da produção, a secagem é um dos principais diferenciais competitivos – algo que só é possível em função do maquinário e do amplo parque industrial em Tietê: “Cada madeira precisa de um controle específico de acordo com a umidade com a qual vai conviver. O produto exportado para lugares com temperaturas baixas tem tratamento diferente de um material que será instalado no nordeste do Brasil”, explica Fernanda Baggio Saez, diretora de marketing do grupo Indusparquet.
Com zero desperdício de material no processo – o máximo da madeira é aproveitada nos pisos e o restante utilizado na geração de energia da própria fábrica –, a Indusparquet transformou os desafios do mercado em produtos inteligentes com acabamento primoroso. E, de quebra, recolocou a madeira nas bases da decoração contemporânea.
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* Quais as vantagens da madeira em relação a outros pisos?
O aconchego, definitivamente. A madeira traz a sensação visual de acolhimento ao ambiente, tornando-o mais confortável. Além disso, o piso se adapta à temperatura – a madeira não fica fria no inverno nem quente no verão – e tem manutenção e limpeza muito simples.
* Há alguma regra para uso dos pisos? Em algum espaço a madeira não é bem-vinda?
A madeira é muito utilizada nas áreas quentes da casa, como dormitórios, sala de estar ou home theater. Nestes casos, tanto os pisos convencionais quanto os prontos funcionam superbem. Em áreas molhadas ou externas é recomendado usar as tábuas para deck, resistentes à umidade.
* Como escolher o tipo de madeira que mais combina com o ambiente?
Sempre considero a tonalidade da madeira em relação ao restante da decoração, por motivos estéticos. Também tenho indicado o piso pronto, que, além de ser tão bonito quanto o assoalho convencional, é mais resistente por receber nove camadas de verniz. A instalação mais rápida e as emendas sem frestas, que dão acabamento perfeito, são outras vantagens.
Em dia com a sustentabilidade
A preocupação com o meio ambiente é um dos nortes da Indusparquet. Prova disso é que os pisos da empresa são fabricados com matéria prima aprovada pelo Ibama – proveniente de manejo florestal e de fazendas próprias destinadas ao reflorestamento. Parte da madeira também possui a certificação do Forest Stewardship Council, orgão internacional com sede na Alemanha que prima pelo bom uso das florestas. O selo FSC® identifica que os produtos comercializados são produzidos com madeiras derivadas de um processo produtivo adequado e viável, que cumpre as leis vigentes e garante a conservação ambiental e o desenvolvimento responsável das florestas.
As vendas dos produtos Indusparquet também são acompanhadas do Documento de Origem Florestal (DOF), como informa o engenheiro florestal Marcos Ducatti – que também ressalta as vantagens do uso da madeira para o meio ambiente:
1. É um recurso renovável;
2. Possui baixa demanda de energia em sua produção;
3. É excelente isolante térmico e acústico;
4. Pode ser encontrada em diferentes tonalidades e com diversas propriedades físico-mecânicas – e por isso funciona para variados espaços.
Mais informações no site da Indusparquet.