Sloane Klevin conta que desde pequena esteve imersa no universo do design. “Minha avó, Dorothy Hoffman, era designer de interiores. Quando eu tinha três anos, já conhecia o divã de Florence Knoll, a mesa redonda e a cadeira tulipa de Saarinen”, lembra Sloane, 47, que reconhecia de longe também a Daddy’s Chair de Eames. Ela cresceu e seguiu um caminho diferente, sem deixar de lado sua paixão pelo design, sobretudo pelo estilo midcentury modern. Dona de uma interessante coleção de peças assinadas por grandes nomes, como Hans Wegner, Isamu Noguchi e George Nelson, a norte-americana, que ocupava um apartamento no Harlem na época, estava em busca de mais espaço e tranquilidade.
“Eu cresci na Califórnia, cercada pela natureza. Eu amo Nova York, mas sentia falta de ver as pequenas mudanças sazonais, onde só é possível sentir no campo”, desabafa. A fim de resgatar esse outro estilo de vida, Sloane começou alugando alguns espaços, como uma residência do século 18, do arquiteto Douglas Larson, numa cidade próxima a Stanfordville. Foi amor à primeira vista. Ela ficou tão interessada na casa que até fez uma proposta de compra, mas o proprietário recusou no ato.
O desejo de mudança para esse novo espírito de vida já estava interiorizado e aceito. Em 2012, ela comprou um bangalô dos anos 1940 por US$ 260 mil e pediu para o arquiteto Douglas Larson repaginar e transformar a área escura com janelas pequenas. Além das generosas novas aberturas, a metragem subiu de 1.400 m² para 2.100 m² com a obra.
O arquiteto traçou no térreo uma ampla e arejada cozinha e uma sala de estar rodeada por paredes de vidro. Acoplou ainda um alpendre coberto à fachada e, no andar superior, instalou o quarto principal.
Para dar um toque mais aconchegante e quente ao espaço, a moradora contratou Selina Van der Geest, uma designer de interiores britânica. Esta atendeu às expectativas da moradora com uma boa dose de estilo country-industrial, como define a cliente.
A mistura afinada é composta por paredes brancas, móveis clean e outros feitos de madeira e de couro, além de peças de estrutura de ferro. O banheiro principal ganhou uma banheira vitoriana com toques superatuais. No lavabo, no lugar da tradicional pia de cerâmica, uma cuba de lata galvanizada confere charme ao ambiente. Concluída, a reforma teve um custo de US$ 700 mil.
Atualmente, Sloane é sócia na Union Editorial, empresa de filmes publicitários, produção e edição, localizada no SoHo, em Nova York. Ela participou também da edição do filme "Taxi to the Darkside", do diretor Alex Gibney’s, que denuncia as torturas praticadas pelo exército americano no Iraque, Afeganistão e Guantánamo tendo como ponto de partida a morte de um motorista de táxi. O documentário foi o vencedor em sua categoria no Oscar 2008.